(RE)TRATOS DE UMA ALMA

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20 de dez. de 2010

Poema Desprovido

Não me cobrem se não falo de flores,
já tem tratados demais sobre a flora...
Não me cobrem se não falo de amores,
qualquer outro poeta por eles ainda chora...

Falo sobre o menino que pede um pão,
Penso no homem que não tem trabalho...
Sinto pela mãe que tenta em vão,
dar ao filho o peito já falho...

Claro que acredito no poeta, na flor,
na ilusão, no choro, na paixão, até no amor...
Não acredito no sofrimento, na dor!
O homem é cérebro, não um depósito de horror...

Sofro na calada das noites geladas,
Aponto para os desvalidos sobre os lixos...
Olho os humanos, flores nas calçadas.
E sangro por aqueles que viraram... bichos!


(Antonio Sousa Brito)

27 de nov. de 2010

A Cor da Dor

Um bisturi corta a alma.
A dor é vermelha!
Encobre a visão.
No silencioso grito
Que implora ao infinito.
Joelhos no chão,
Tapete de sangue...

A dor é mais forte
Reflete no espelho
O retrato da morte!

É dor infinita
Na alma que grita
Que sangra por dentro,
Que deixa manchado
O fino tecido
De sangue bordado...

(Antonio Sousa Brito)

D O R E S

Dói
O despeito
A ofensa
A apunhalada
O desrespeito

Dói
A mentira
Os golpes baixos
As verdades na cara
Os malfeitos

Dói
O dia seguinte
O vazio
O desprezo
Os desfeitos

Dói
A certeza do que seríamos
Se os carmas de outras vidas
Presentes, passadas ou futuras
Não conspirassem espreitas

Dor que verte em lágrimas
Lagrimas que vertem em palavras
Palavras que ludibriam a dor.
Dor que renasce no peito
E começa tudo outra vez...

(Antonio Sousa Brito)

6 de nov. de 2010

Melancólica Realidade

Lâmina cortante,
que dói e sangra,
Luz desvanecendo...
Companheira melancólica,
Interrogações vagando,
pensamentos tolos (ou não)...
Desfiles de sensações,
Pensamentos negros,
noites sem brilho...
Na ausência,
a tua presença!
Meu porto,
minha perdição,
Barco navegando,
mares furiosos!
À deriva...
ondas gélidas de solidão...
Vitral em preto e branco,
Estilhaçados,
colados com o tempo!
Um silêncio...
agressor e feroz!
Sonhos guardados em gaiolas,
Letras pálidas de solidão,
Compulsoriamente estou só...

(Antonio Sousa Brito)

29 de out. de 2010

GAROTA

Rosto sério, profundo, lindos traços desenhados...
Sempre escondendo algo. O quê?
Seus sentimentos tímidos, de querer, amar e viver...

Quando caminha lentamente,
Parece navegar pelas nuvens...
Os olhos perdidos parecem esponjas...
Absorvendo imagens, cores, sons,
Coletando para sua alma indecifrável
O belo, a coragem, o medo, o anseio...

Garota(¹)...
Tímida, introvertida, sensível, insegura,
Frágil, silenciosa e firme...
Agressiva, romântica, “ama, sofre e sua”.
De sua pele escorre chocolate...
Linda poesia, cheia de graça e balanço...
A pessoa legal que atenua nossa sala...
A inteligência borbulhante é notável nas retinas.

Garota...
Musa que os gregos não contemplaram...
Estrela que os astrônomos não descobriram...
Poesia que os poetas não colocaram formas...
Admirada, mirada, desejada, amada, venerada...
Oh! Garota como é bela a essência do seu viver!

(¹)Mayone Sousa dos Santos, este texto é para você...

(Antonio Sousa Brito)

Meu Caderno

Você sempre será minha poesia,
Meu amigo, a paixão escondida,
Um pedaço da alma bendita,
A jóia rara, o sol belo do meio dia.

Em suas páginas em branco
Escrevi um pouco de mim,
De nós, de ti, de gente, da gente.
Desenhei medo, prazer e jardim.

Você foi meu espelho querido,
Vi meu melhor e o pior nas lentes.
Por suas linhas naveguei dias,
Parágrafos, sentenças calientes...

Esquecê-lo é esquecer meu verso,
Meus desejos, o sorriso, os segredos,
O rabisco, o colorido, o universo,
A liberdade, o voo, o degredo...

Jamais te deixarei em qualquer lugar.
Há páginas em branco pra escrever!
Paixões, desilusões, vitórias a rever.
Você é um livro aberto e sedutor!
Mesmo não se valorizando tanto,
Você é minha página querida, de vida...

“Serei de você confidente e fiel”
E a vida seguirá sem seu papel,
Mas o que foi escrito será meu mel...

(WFL) <==== Isso é para você, embora saiba que
isso nunca acertará seu coração!

(Antonio Sousa Brito)

P A R A D O X O S D E M I M

Sou o velho e o novo,
O nada disso e o tudo disso,
A carne, assim como o osso,
O silêncio também o barulho,
A doença insana e a cura!
Amando alguns, descuido dos demais!
Meio vítima, às vezes culpado,
Com saudade de uns,
Me esqueço de outros...
Sou merecedor da graça,
Preço por mérito a desgraça!
Um dia repleto de fé,
Noutro descrente de tudo...
Sem janelas para as memórias.
Pelo vidro a vida é vida e é vista!
As memórias desabrocham...
O verde é verdejante!
O pasto é do gado...
O mel é da abelha...
O labirinto é da paciência...
O poema é só matéria a espairecer...
A criança é do seio da mãe...
O amor é de alguém qualquer...
E aqui, me arrependo de fazer...
O que parece ser o certo.

(Antonio Sousa Brito)

28 de out. de 2010

[ A L U N O S ]

São borbulhantes feito ondas,
Brincam, brigam, quase estudam,
Emburram, sorriem, agitam...
A sala, a carteira, o ventilador,
O corredor, o intervalo, a cantina.
Disputam notas, jogos e as “mina”...

Sofrem, ligam, desligam. Amam,
As aulas, os professores, a escola,
Os pais, os tios, os amigos, os tênis,
Os perfumes, os cabelos, o celular,
As matérias, a preguiça, o apaixonar...

São assim... Humanos, filhos, netos,
Brasileiros, pérolas do colar de Deus.
Minhas ideias, cefaleias, parágrafos e vírgulas,
Intervalos da história, da vida e versos meus...


(Antonio Sousa Brito)

23 de out. de 2010

Ainda Me Pego Pensando Em Você

Olhando o mar de distâncias
de minha janela...
Horizonte delineado pelo
verde de pequenos morros,
Contraste da natureza:
O azul das serras,
verde das matas!
Água e terra!
Água de meus olhos,
Terra que foge de meus pés...
Luz do sol que já se vai,
luz da lua cheia que chega!
Chega inundando o meu piscar...
Ainda hoje,
Me pego pensando em você
- contraste de minha vida!
E me pergunto: porque?
Chegou tão de mansinho
sem que eu percebesse!
E de repente:
te vejo tão alheio a mim...
Mas, se me valesse à pena,
E o destino permitisse,
E, se tu ouvisses

e compreendesses os meus ais,
Sairia daqui,

com parada em lugar nenhum,
em busca de ti...

(Antonio Sousa Brito)

29 de set. de 2010

O Silêncio Fala

O silêncio fala!
Fala de lembranças, memórias
Sobre tudo o que já vivemos
Falas, lendas, histórias...

O silêncio fala!
Sua voz é familiar
Por já sabermos tudo
Sobre o que vai dissertar...

O silêncio fala!
Sua voz ecoa no ar
Sobre o que foi perdido
Sobre o que não se encontrou
E como tudo deveria ter sido...

O silêncio fala!
Sua voz parece suave
Porém é nostálgica e repetitiva
Música de uma nota só
Inerte e passiva...

O silêncio fala!
Sobre tudo ficar e como estar
E não como deveria.
Sobre o que não tivemos
E sobre o que se pretendia...

Que emudeça esse silêncio!
Que seu som seja de todos detento
Tape-me os ouvidos
De todos os sentidos
Também da alma e entendimento...

Que se cale esse silêncio!
E não perturbe mais o meu coração
De ouvir a voz dos lábios
Que alimenta a emoção...

(Antonio Sousa Brito)

28 de set. de 2010

VAGANDO POR AÍ...

Eu vago por aí, no tempo...
esse tempo de passos lentos...
são diversos os luares e sóis
onde inútil me procuro.

Ando com meus olhos
pelas janelas do mundo,
vislumbro o inefável, o casual...

Minha visão é turva
o meu olhar, já cinzento
escorrega nos abismos de mim mesmo...

E vago no tempo...
e a vagar está o tempo
em mim...

(Antonio Sousa Brito)

18 de set. de 2010

D E S P E D I D A

Um dia...
quando você estiver lendo
esta poesia,
eu já terei seguido viagem...
Parto com passagem só de ida,
levando na bagagem
todos os sonhos de uma vida!
As esperanças de um dia,
seguirão comigo numa mala,
hoje, quase vazia...
Nos bolsos,
apenas um lenço
para (às vezes)
que em você eu pensar,
com os olhos marejados...
Sabíamos que esse momento chegaria e que o mais
correto seria eu partir...
Assim como cheguei...
do nada...
Sem ter para onde ir,
assim...
sem nada...
Eu vou sair!
Quanto às velhas esperanças,
estou levando nesta mudança
para atirá-las ao sabor do vento,
junto aos meus sonhos e sentimentos...
Não olharei para trás,
posso não ser capaz
de seguir em frente,
e, num repente, querer voltar...
Não quero parar na estrada
e de arrependimento chorar
por não ter tentado ficar...
Estou seguindo sem rumo.
Devagar eu me acostumo!
Mas, se o imprevisto surgir
e eu me sentir
demasiadamente só,
suplicarei a Deus
que piedosamente,
devolva-me à minha origem: o pó...

(Antonio Sousa Brito)

POESIAS PARA QUÊ?

Poemas para quê?
Se ninguém se importa com o que sinto...
Se todas as promessas feitas
Foram em vão!
Se todos os momentos felizes
Já foram esquecidos!
É engraçado como num tempo
Estamos apaixonados,
Depois, só amamos,
Depois, passamos a adorar
Até que passamos só a gostar
Até que chega o dia em que
Dizemos que já não sentimos nada...
Poesias para quê?
Se todas as palavras são meras mentiras,
Mentiras essas que um dia
Nos fizeram sentir bem,
E no outro dia é como se
O mundo estivesse desabado todo
Sobre nós!
No passado acordava e tinha
Motivos para levantar, para sorrir, brincar, para cantar...
Agora só já tenho motivos para ficar quieto,
Para chorar, penso numa só palavra…
DESAPARECER!
Textos para quê, para quem?
Se amar não passa
De ilusão, sofrimento e sentimento inútil?!

(Antonio Sousa Brito)

17 de set. de 2010

L U T A

Ouço o tic-tac do tempo...
Os segundos correm em forte galope...
Caem pesadamente sobre a minha consciência!
Minha vida torna-se mais densa e pesada!
Sinto um terrível latejo na cabeça...
Estou eu a morrer?
Já não aguento essa tortura...
Não é nenhuma dor física,
É sim, uma forte dor psicológica...
(Estou eu completamente louco?)
Não sei... não sei explicar,
Nem de onde provém ao certo!
Perdi eu a memória e o que imagino que penso,
São apenas espasmos, lacunas...
Já não sei e nem entendo,
Nada do que sinto!
Apenas posso dizer que tudo é insuportável...
(...)

(Antonio Sousa Brito)

27 de ago. de 2010

Meios Termos

Meio século,
Meio mentira,
Meias verdades,
meia idade,
meia vida,
meio do caminho...
Nunca gostei de metades,
de meio termo!
Quente ou frio,
direita ou esquerda,
céu ou inferno,
loucura ou razão!
Quero um século,
Quero a verdade,
Quero uma idade,
Quero uma vida,
Quero um caminho inteiro...
Quem inventou o meio,
nunca experimentou
o gostinho de vida
nos instantes infinitos
de felicidade...
Amor e ódio,
riso e choro,
prazer e desprazer,
alegria e tristeza,
vida ou morte,
vida!
Com certeza!


(Antonio Sousa Brito)

Um Pouco de Ti...

Tal qual um pintor que procura
na aquarela o tom certo,
o compositor que busca
o acorde perfeito,
ou o escultor, a forma ideal,
eu te busquei, te persegui,
por toda vida...
Quando a esperança se foi,
exausto, me entreguei,
árido, me fiz insensível,
desiludido, me vesti de angústia
abandonado, me tornei solidão...
Assim como quem chega do nada
você surgiu novamente em meu vida!
Dividiu o cansaço,
irrigou a terra seca,
espantou a tristeza,
trouxe a esperança
e fez brotar a relva nova
em meu coração...
Mas, como tudo muda,
você se foi de minha vida!
E hoje posso dizer, com toda certeza,
que se dentro de mim,
habita algum verso,
algum fragmento de texto,
essas fracas estrofes aqui espalhadas,
são um ainda um pouquinho
do que resta de ti...

(Antonio Sousa Brito)

23 de ago. de 2010

C O N C L U S Õ E S

Existo, a solidão também...
Há vários tipos de solidão:
O de ficar só, viver só,
perder alguém ou simplesmente: solidão.

É enorme o vazio que às vezes me invade!
Sinto falta de alguém que está distante,
Saber que a cada encontro nosso,
É uma certeza eminente para a dor, tristeza e solidão...

Amor, o que significa amar?
Será sentir-se feliz junto ao outro?
Mesmo numa vida simples, numa cabana?
Será sentir autoridade sobre essa pessoa?
Ou apenas ilusão ou desilusão?

Talvez, devido a amargura que sinto,
não saiba definir certamente este sentimento!
Só sei que a solidão existe, e muita!
E que ela está aqui agora, no meu coração...

(Antonio Sousa Brito )

P.S.:"Mesmo minhas alegrias, são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética e ainda às vezes, poética." (Clarice Lispector)

21 de ago. de 2010

M Á S C A R A S

Não sei quem és!
Qual a cor real de sua máscara,
Não sei das suas feições
e a expressão verdadeira que você usa...
Mas sei muito de tua existência singular!
Uma fantasia em linguagem,
abstraído pela magia do seu espaço!
Devaneios por longo tempo...
Limito-me a não saber muito de ti...
Afinal, quem és tu?
Um todo que, no mesmo segundo
é um nada na simbologia
dos (descréditos de) meus sentimentos...
Te busco em cada passo que dou,
Te acho em minhas lágrimas,
nunca em meus sorrisos!
Te perco totalmente em minhas tristezas,
E já nem sei mais quem é você...
Mas sei ainda muito de mim...
E, por gostar tanto de ti,
existe um corpo em algum lugar
um espírito que me ronda,
uma pessoa inesquecível...
Você vem... calmamente...
me rodeia, me escreve em enigmas,
eu traço um perfil até considerável
à tua pessoa invisível porém, real...
Gosto disso que sinto!
Um mito...
Uma máscara...
Uma fantasia sem rosto...
Você na sua redundância peculiar
absorvendo meu mundo,
com seu carisma indescritível,
que se resume numa miragem cenográfica...

(Antonio Sousa Brito)

P.S.: Espero que este texto encontre seu destino mais certeiro, a razão de sua criação!

Antes Que Eu Te Esqueça...

Antes de esquecer suas mãos,
quero que saiba o quanto foi bom
ser acariciado por elas...
Antes de esquecer sua boca,
quero que saiba o quanto adorei
seus beijos e os desejei...
Antes de esquecer seu cheiro,
quero que saiba que às vezes

estive junto de você
só para senti-lo...

Antes de esquecer seus olhos,
quero lembrar-te do quanto
eu gostava de observa-los...
Antes de esquecer sua fala,
recorde-se de que muitas vezes
eu pedia para você falar
só para relembrar seu timbre...
Mas você não me pertence,

(e talvez) a ninguém...
somos impossíveis!
Mas mesmo com estas diferenças e impossibilidades,
conseguimos nos atrair e nos tornar um,
mesmo que, por alguns instantes e nada mais...


(Antonio Sousa Brito)

18 de ago. de 2010

(Im)Perfeita Poesia

Tentei um poema, qual uma prece,
Com rimas incomparáveis,
Um que igual não houvesse,
Nas trovas insuperáveis...

Li Drummond, Clarice, Camões,
Pessoa, Cecília, Vinícius de Moraes,
Buscando nos mestres lições
A suplantar os normais...

Aprendi muito e não nego,
Com esses gênios da poesia,
Que não sou parvo e nem cego.

Mas, aprendi também, ironia,
Que para realizar tal intento,
Mais que lição, carece... talento!

(Antonio Sousa Brito)

S E N Z A L A

Escravos...
do tempo,
do amor,
da vida,
do prazer,
do corpo,
dos sentimentos de outras pessoas...
libertos pela lei dos homens,
porém não pelas leis do coração
ou pela vontade de viver...
reconheçamos que somos escravos,
escravos,
mas valiosos escravos,
por que é isso que somos...
Estamos sempre presos a um sentimento árduo,
no qual, sujeitos a sobreviver dia após dia,
como se estivéssemos numa senzala...


(Antonio Sousa Brito)

SE TE FORES...

Se te fores, fará falta a voz que me guiava,
Quando eu acordava no meio da noite...
Indo-te, a noite me assustará,
Me fará perder o que nunca tive...
Se te fores (e já fostes...), não sei como viverei,
Assim como antes, quando não estavas aqui...
A alegria que brincou comigo,
Irás contigo, assim como veio...
Se te fores (ainda estás aqui?),
A imensidão dos dias e noites juntos,
Deixará um vazio do tamanho de tua ausência!
Que será da lua sem que a vejamos juntos?
Que será de mim sem o teu sorriso e palavras?
Se te fores (deixe a porta aberta!), senão meu riso morrerá;
Olho-me e encontro um vazio enorme (sem ti)...
Neste espaço (sem explicação) que é só meu...

(Antonio Sousa Brito)

D I F E R E N T E

É algo tão estranho que sinto,
É como se tudo quisesse sair,
Sinto uma grande vontade de escrever,
Escrever coisas que não consigo descrever...
É algo tão estranho que penso,
Não sei como começar,
Do que falar...
As palavras estão aqui na minha cabeça,
Como uma multidão dantesca,
Correndo desesperada para fugir da morte;
É assim que elas estão aqui,
Querendo sair da minha cabeça,
E ser passadas para um borrão!
Não sei se estou perdido
Não sei onde estou...
Acordo sempre no mesmo lugar!
Não sei quem sou...
Porém sou muito, muito diferente,
E não quero nem pensar em ser igual...

(Antonio Sousa Brito)

16 de ago. de 2010

Nós... Saudades...

saudades de ti,
saudades de mim,
saudades de nós,
saudade do que fomos e do que poderíamos ter sido...
saudade que aperta meu coração, que traz a tristeza em cada acordar...
saudades...

fecho os olhos e sinto...
sinto-te!
tenho certeza de que estás aqui...
todo o amor se acende em meu peito.
depois...

volta a saudade de ti,
saudades de mim,
saudades de nós...
muitas saudades...

muitas mesmo!

(Antonio Sousa Brito)

(Des)Contente!

Espaços vazios me enchem de buracos,
Rostos distantes sem nenhum destino,
Sem você dentro de mim não posso encontrar descanso,
Aonde vou ninguém pode adivinhar...
Vozes distantes
me dizem que eu devo seguir em frente,
Mas eu estou nadando contra à corrente
em um oceano completamente sozinho!
Embora esteja escrito em seu rosto,
Você ainda se pergunta se cometemos algum erro!
Eu tentei continuar como se nunca tivesse te conhecido,
Estou acordado!
Mas meu mundo está meio adormecido,
Em orações peço para que meu coração pare de doer,
Mas sem você eu vou continuar aqui, incompleto...


(Antonio Sousa Brito)

Eterna Busca

Meus olhos procuram seu olhar
E a saudade já não deixa,
Quero te ter, te encontrar,
Mas a distância não deixa...
Procuro-te em meus sonhos,
Nas ruas, nas avenidas,
Dentro de mim,
Nas lembranças que ainda me restam...
A alma que aos pouco desfalece,
A vida vai morrendo...
Mas ainda te procuro...
Procuro-te no brilho das estrelas,
No luminar da lua, no despontar do sol,
Nos apaixonados sentados na praça...
Mas encontro-te em lágrimas,
Que caem por não te encontrar...
Estou aqui ainda...
Procurando-te, esperando-te...
Sonhando...
Peço a Deus para você aparecer...
As lágrimas caem!
Elas são ultrajes diante dessa dor,
Jamais seria eu capaz de expressa-las...
Nem o coração compreende mais,
Mas ainda procuro-te...
Ainda chamo em silêncio o teu nome...


(Antonio Sousa Brito)

PENSAMENTOS

Penso em ti na estrada incerta,
Na rua escura e deserta,
Nas loucuras do coração;
Na calor medonho que cai,
Na folha seca que vai,
Nos momentos de solidão...
Penso em ti nos jardins floridos,
No pequeno ser colorido,
Que voa de flor em flor;
No sorriso das pessoas bonitas,
Nas canções que ecoam eruditas,
Nos versos falando de amor...
Penso em ti no entardecer sombrio,
No vento que causa arrepio,
Na angústia e no abandono;
Na madrugada insípida, tediosa,
Na cama insensível e desditosa,
Na noite fria sem sono...
Penso em ti no passeio matinal,
Na pessoa que passa escultural
Aguçando o meu prazer;
No passeio com os amigos,
Na indiferença dos inimigos,
Na esperança de viver...


(Antonio Sousa Brito)

Minhas Metades

Anestesiado estou no sono que encontrei...
Semi paralisado!
Semi adormecido!
Uma metade de mim entregue...
A outra metade de mim prostrada!
Pensamentos turvos, anuviados!
Sono sem sonhos...
Sonhos apagados e de lembranças mortas!
Metade de mim somente nesta noite...
A outra metade de mim:
procura, busca e se perde completamente...
Essa metade mim, morre de tristeza!
Morre de abandono e solidão!
Só metade de mim...
Pois minha outra metade é você!

(Antonio Sousa Brito)

C O T I D I A N O

A vida passa,
e o que resta são marcas:
marcas no rosto e na alma.
Cada ruga conta histórias:
de dores, frustrações,
angústias e sofrimentos!
A felicidade não deixa marcas.
As coisas boas são feitas de momentos!
Momentos brancos em que
a consciência vagueia,
e a emoção toma conta...
Entorpecendo-nos
e nos fazendo mergulhar
num vôo direto, sem escala
rumo ao prazer, à felicidade...


(Antonio Sousa Brito)

15 de ago. de 2010

C O N S T A T A Ç Õ E S

...onde quer que vá
há um gesto de paz
há uma mão estendida
há um passo que deixa rastros
há um barco pronto para a travessia...

...onde quer que vá
há um apelo de fé
há um chapéu com moedas
há um passo assustado
há um navio chegando gente...

...onde quer que vá
há uma criança chorando
há um ventre crescendo
há um berço pobre
há uma bolsa com pouco cobre...

...onde quer que vá
há um olhar suplicante
há uma lágrima rolando
há um açude secando
há um andar retirante...


(Antonio Sousa Brito)

C O N F L I T O S

Pensando em tudo e meio desligado,
Sem prestar atenção em minha volta,
Sem o que escrever, mas inspirado,
Muita calma misturada à revolta!

Lembrando de ti a cada segundo,
Não estou mais aqui, não neste mundo,
Meio isolado, muito pensativo,
e mudando de humor sem motivo!

Com confusões e internos conflitos,
Pensamentos me deixam no inferno,
As dúvidas estão me destruindo...

Tento parar de pensar e viver,
Todos os problemas enfim, esquecer!
Mas agora não estou conseguindo...


(Antonio Sousa Brito)

13 de ago. de 2010

Indignado

Me sinto como uma lacuna entre mim e ti...
Perdido na vida,
Sem um destino certo ou preciso!
Sem uma lembrança boa para ocupar meu coração!
Às vezes uma luz parece surgir...
Mas já não tenho forças,
Para me segurar por ali!
E acabo deixando ela escapar das minhas mãos!
É difícil viver...
Sem sono todos os dias (ou noites)!
Cercado de cobras
Que se arrastam pelo chão em busca de mim e de nada...
Difícil ser bom,
Nesse mundo de podridão!
Aturar pessoas,
Querendo destruir a todos sem uma simples razão!
Meu único e maior desejo é fugir...
Nunca mais voltar aqui!
Jogar o que resta de mim num abismo,
E deixar meu corpo apodrecendo por aí...

(Antonio Sousa Brito)

28 de jul. de 2010

BAGAGEM

Carrego nos olhos
toda a beleza que eles já contemplaram
e anseio por descobrir
outras paisagens!
Levo no coração
os amigos queridos,
próximos e distantes,
a alegria das vitórias,
das conquistas,
das boas notícias
e também a felicidade
de jamais ter desistido!
Sigo o meu caminho
levando comigo apenas
as coisas que de fato posso carregar!
Levo nas mãos
a vontade de servir,
de construir, de confortar!
Levo a força
de lutar sempre,
de acreditar,
de perdoar e pedir perdão!
Levo a generosidade
e o desejo de dividir,
o que tenho, o que sei, o que sou!
Levo saudades
do que se perdeu,
do que jamais pude ter,
sabendo, porém,
que o que se ama de verdade
jamais se perde;
e tudo o que foi vivido com o coração
aí permanece!
Levo a lição das quedas,
dos fracassos,
dos muitos momentos de solidão
e de sombras!
Porque sei que tudo o que sofri
me ensinou a ser melhor,
me ensinou a humildade,
a compaixão,
a compreensão,
e o respeito,
pelos que caem, fracassam e sofrem!
E sigo em frente!
Com imensa alegria,
com entusiasmo e confiança,
porque sei que não viajo só:
Tenho ao meu lado, nessa caminhada
a eterna presença e o companheirismo

de meus amigos...

(Antonio Sousa Brito)

INTERROGAÇÕES

Você é
nascente e poente,
caminho e atalho,
aluno e mestre,
acre e doce,
ontem e hoje,
sagrado e profano,
realidade e delírios,
criança e pessoa feita,
certeza e muitas dúvidas,
pureza e volúpia,
saudades e alegrias,
lágrimas e sorrisos,
labirinto e paraíso,
ansiedades e alentos,
angustias e serenidades,
insegurança e submissão,
medida e excessos,
meus verdes anos,

meus dias cinzentos,
meu amanhecer,

e por do sol,
minhas interrogações,
você, minha maior contradição,

a pessoa que me tira do sério,
retira o meu sono...
Você é quem?
Ponto final.


(Antonio Sousa Brito)

P A R T I D A

Tu que me fizeste nascer
e no aconchego do teu colo
eu nem me vi crescer,
partiste tão cedo
e me deixaste na alvorada
do meu viver,
quando eu ainda não conhecia
o meu querer.
Sem preparo
e num dia
de grande sofrimento,
nem vi chegar ao fim
o teu tormento!
Cedo demais para mim,
que à deriva fiquei
pelo teu partir!
Como eu lamento,
o teu ir!
E sem me importar
do teu sofrimento,
porque dele, da tua dor,
haveria eu dividir,
fazendo do teu tormento
o meu chorar
e dele,
do teu sofrimento
ficaria com a dor maior!
Como eu lamento,
o teu ir!

(Antonio Sousa Brito)

P.S.: Àquela que me fez o existir maior, minha mãe...

27 de jul. de 2010

Amigos

Nos meus amigos encontro carinho, no carinho,
eu vejo o amor nascer!
Eu vejo um mundo novo,
E nesse mundo resolvo então, sobreviver...
Só vocês (tão poucos) me seguram de pé...

(Antonio Sousa Brito)

26 de jul. de 2010

Quem é Você?

O que é você afinal?
Não és sonho,
Não és pesadelo,
Podes variar da calma ao desespero...

Tu não tens a dignidade de minha paixão,
Porém consegues me causar atração...
A isso, que nome eu daria?

Me encontro entre os extremos
Do amor e do ódio,
Do sorrir e do chorar,
Da mentira e da verdade,
De sentimentos que tenho medo de desvendar...

Tu és um ser mutante,
Que ora me beija, me ama,
E por meu amor clama,
E ora não me dá se quer um olhar,
Me deixando ir embora,
Sem esperanças de voltar...

Aí está o pior de meus extremos:
A distância e a permanência,
Afinal, quero ficar e no mesmo momento
quero ir embora...

(Antonio Sousa Brito)

Em Busca de Mim

Tenho muitas saudades de mim,
Do que fui...
Quero e preciso seriamente me reencontrar!
Desço fundo!
E, entre meus escombros,
Parto à procura do meu eu!
Varro, tiro teias, retiro o pó,
Vasculho cada canto!
Cada fatia do que sobrou é importante,
E, entre meus cacos,
Pedaços intactos ainda encontro!
Amor, sonho, esperança, buscas...
São eles, a essência da vida!...

Intacto, inteiro, completo novamente!
Que bom que:
Embora tenha me perdido de meu eu,
Não perdi o que há de melhor em mim (ainda)!...


(Antonio Sousa Brito)

I N Q U I E T U D E

destoa a luz às escuras
na torre de um mar
de janelas obscuras

lampejo persistente
alerta preocupante
meio da noite, de repente

chama a atenção no breu
faísca em detalhe no todo
de um edifício dormente

sonos indormidos
andar impaciente
passos consumidos

indolente ente
na solidão
ânimo doente

ou de si ausente
na saudade de alguém
na distância bem presente

clarão atesta
a dor continua acesa
e aqui se ressente

gesticula, vaga
pelos cômodos
vazios de tudo

nos gestos mudos
transpira sua dor
seus gritos surdos

vagando insano
imagem fantasma
mente doidivana

insônia sofrida
sentida, amuada,
na espera de algo

talvez de nada
ou refém
pelo amanhecer de um novo dia...


(Antonio Sousa Brito)

Desejos Inúteis

Queria ser como um rio,
não um rio qualquer,
um Tocantins, por exemplo,
solidário, democrático,
justo , generoso,
insistente, corajoso e persistente .
Queria saber seguir
sempre em frente, deixar singrar livremente,
nunca olhar para trás,
apenas deixar minhas marcas.
Queria saber esperar
a próxima curva,
a próxima margem, a próxima viagem,
a próxima estação, o próximo desembarque,
o próximo embarque.
Queria saber viver
o instante, sobreviver aos momentos,
os milésimos de segundo,
intensos e efêmeros,
chamados “presente...”


(Antonio Sousa Brito)

E S P E R A

Sei que andas por ai,
Sei que procura por mim...
Conheço sua alma,
Conheço seu coração...
Sei os seus medos e certezas,
Seus desejos e prazeres,
Defeitos e virtudes...
Espero sua chegada,
Como quem espera o destino...
Certo de seu acontecer,
Enquanto caminhas,
Pelas estradas da vida,
Desfazendo-se de seu fardo...
Quero que venhas sem nada,
Nem no bolso nem na alma,

Só quero o seu amor mais puro,
O seu desejo mais teu,
O seu sentir mais pleno... nada mais!


(Antonio Sousa Brito)

Via Crucis da Esperança

Aprisionado no corpo
minha alma se debate
quer alçar vôo...
Quer ultrapassar os limites
descobrir a finitude do infinito...

Às vezes, sou uma águia,
com a força de minhas asas,
ganho as alturas
e, do alto, observo,
admiro toda a beleza que me cerca...

Outras vezes,
sou uma simples borboleta,
passeio por entre as flores,
cheiro, aspiro, sorvo,
o néctar da vida...

Mas, na maioria das vezes,
sou só eu mesmo,
frágil criatura,
andando pelos caminhos da vida...

Sou forte na fé, na esperança
e na certeza,
de que o amor
é um toque divino
em nossos corações...

(Antonio Sousa Brito)

25 de jul. de 2010

A V E S S O S D E M I M

sou o que querem que eu seja
amável, cortez, simpático, bom,
nem sempre cumpro todo o bem...

às vezes sou eu mesmo nas sombras,
ignoto de meu eu em escombros,
ironizo as conveniências sociais, as repudio...

mesclo atitudes ora aceitas, noutras não,
panela de pressão, artista em fatias,
nesta batalha, resta a minha personalidade...

toda a humanidade de meu ser aflora,
dual e magnífico, (...) e muito tímido,
menino às vezes e geralmente um adulto em conflitos...

nesta confusão de minha alma inquieta,
plasmo a matéria, me apresento,
às platéias, represento e engulo o grito...

levo os dias sucessivos, datas, agendas,
proscrito de outras terras sigo o rito,
“dançando a música” conforme o ritmo,

vivendo conforme o rito...

mas por dentro, atenta ebulição,
a aparência socialmente aceita,
aflito ser, procurando saídas,

em busca de caminhos...

(Antonio Sousa Brito)

Soneto de Nós Dois

Eu não te culpo pelo vazio entre nós...
Nem pela amplitude inatingível dos sonhos,
Se eles inspiram tudo aquilo que componho
Ou se me impedem de ouvir a tua voz...

Eu não te culpo pelos sonhos entre nós
Nem pela amplitude inatingível do vazio...
Se eles inspiram tudo aquilo que respiro,
Ou se nos impedem de estarmos a sós.

Se o inatingível me obstrui o olhar
- Com sua amplitude: uma muralha hostil -
Eu não te culpo... transcendo... e me inspiro!

Se eu te culpasse por meus sonhos vazios,
Ainda assim eu escolheria sonhar
- Que sem tais sonhos, certamente expiro!

(Antonio Sousa Brito)

22 de jul. de 2010

Muita Coisa... Quase Nada...

Eu sou a música que não é cantada
Sou a poesia não rimada
A história não contada!...

Eu sou a árvore cortada
Sou a muda não plantada
A semente abandonada!...

Eu sou a esperança ignorada
Sou a aliança não firmada
A lâmpada queimada!...

Eu sou a boneca estragada
Sou a bola furada
A quadra molhada!...

Eu sou a sandália arrebentada
Sou a roupa molhada
A blusa rasgada!...

Eu sou a escada quebrada
Sou a faca não amolada
O caneco furado!...

Eu sou a comida queimada
Sou a água acabada
A casa bagunçada!...

Eu sou a fadiga na caminhada
Sou a conversa atravessada
O que chega na hora errada!...

Eu sou o ser que queria ser tudo
Mas que, não é nada!...

(Antonio Sousa Brito)

Vacilos...

Após alguns descuidados atos,
tenho que continuar com a vida...
Sinto-me assim:
com a alma empedernida...
Quero colocar os óculos-escuros
pra ninguém imaginar a indizível dor,
a lembrança negra, o coração nublado...
Fenece o dia, aurora chega,
tanto faz...
Cansada está a mente!
Outro incômodo ou dor física,
é subterfúgio que a gente nem sente...
Já que não tenho saídas,
e quero agir e não posso:
cedo à vida o direito de correr como quiser.
Uma hora o mau tempo em meu peito,
vai desanuviar...
Não posso esquecer de quem me apoiou,
nem de que aquele que já foi mais
do que um amigo, achou tudo jocoso,
eu vi!
Clamo por Deus e pelo clarão do dia,
porque essa nebulosidade
se impõe no centro do pensamento
e sei que a luz chegará, já chegou!
Pois ainda algo em mim se
mantém intacto e orgulhoso,
me diz: continue de cabeça erguida!
Quem ultraja outro por medo,
trocou o certo pelo duvidoso,
andará sob o peso de uma dívida.


(Antonio Sousa Brito)

21 de jul. de 2010

Dedicatória

Tento, nos mais diversos lugares
encontrar a rima perfeita!
Algo que complete o vazio
que existe aqui dentro agora!
Sabe, o poeta às vezes se cansa
de falar e ninguém ouvir,
De fazer algo para agradar
e acabar se dando mal...
Às vezes sou tentado a repudiar
até minha existência...
Repudio esse estilo de vida
de mudar para confortar!
Tudo o que quero é encontrar
a peça que falta!
A peça que falta
para completar a alma!
A peça que falta
aqui dentro de mim!
E essa peça é você!
A quem dedico este texto!
Pessoa que amo,
e a quem entrego essas letras
que formam este singelo poema!


PS: "Segredos guardados a sete chaves,
enfim revelados... nus sob o sol"

(Antonio Sousa Brito)

Aflição

Aqui está o poeta novamente;
escrevendo, pensando, vivendo(?)!
Minha cabeça zonza me atormenta!
A tristeza às vezes, me afasta de tudo;
parece que estou me afogando sozinho...
me afogando (...)
Ah infinito mar de saudades!
Por quem afliges tanto meu coração?
¹Aonde estará você agora,
além de aqui dentro de mim?


[ ¹ ] Renato Manfredini Júnior (Renato Russo)
Trecho da música "Vento no Litoral"

(Antonio Sousa Brito)

Poema Vazio

Não sei porque escrevo essas palavras!
Vazias, sem sentido ou direção!
Palavras que não vão ao encontro
de praticamente ninguém!
E, creio que ninguém vai ao encontro delas...(?)
Simplesmente as escrevo nesse espaço vazio!
Vazio como o coração de muitos!
A mensagem que quero passar com esse poema?
Também não sei, se descobrir, por favor avise-me!
Só quero me encontrar entre essas palavras!
Ver se encontro em meu interior uma resposta!
Ou também quem sabe, muitas outras perguntas!
É um poema sem sentido...
Que só mostra o meu interior (infelizmente);
Vazio, e ao mesmo tempo cheio de letras!


(Antonio Sousa Brito)

19 de jul. de 2010

Perfil

Considero-me muito forte...
Tenho certeza disso!
Está tudo provado para mim mesmo!
Pois apesar dos pesares,
Continuo aqui, de pé!
Contrariando todos os desafetos...
Sigo em frente!

Desafiando a lógica,
Venço todas as batalhas!
Por mais inglórias que sejam...
Cada dia é um novo dia
e o seu labor é sempre causticante!

Não desisto nunca! Isto é a minha marca!
Acho que já estou na ultima parte da provação!
E a vitória é eminente!
Só não sei ainda, se acostumar-me-ei
a viver com tantas saudades!


(Antonio Sousa Brito)

18 de jul. de 2010

Coisas Simples

O amor
uma paixão.

O nascimento
uma vida
uma magia.


Um olhar
um sorriso
um afeto
um abraço
um instante
um só momento (contigo).

Um sereno
um orvalho
que cai.

Uma pétala
uma flor
um pássaro
um beija-flor.


A chuva após o vento
uma brisa
um pensamento
uma ideia
que surgiu.


Cai a noite
céu estrelado
a lua cheia a brilhar
amantes enamorados
corações a palpitar.


Um pedaço de papel
um lápis
um verso
uma poesia
uma paz interior
uma harmonia.

Uma canção de amor
uma música, ou mesmo
este poema simples.


(Antonio Sousa Brito)

Minhas Dissimulações





















Vivendo de amores triviais
colóquios aparentes, virtuais,
sorrisos patéticos, dissimulados.

Ruminando amarguras agridoces,
anuências agonizantes, híspidas,
chocante constatação de cunho hostil.

Achincalhando a existência, vivendo de aparências,
adornando a barriga, dando pérolas aos porcos,
torpes venenos suavizando a dor.

Olhando para o céu pedindo clemências,
deuses e demônios se fartando juntos,
olhares famintos, migalhas no chão...

Vida de cão, num picadeiro empoeirado,
Sob uma lona pobre, tosca em farrapos,
e eu; de “cara-pintada”, (ainda finjo alegrias).

[dissimuladas alegrias...]

(Antonio Sousa Brito)

17 de jul. de 2010

(...) Eu!

Tento traçar um perfil coerente para mim.
Geralmente o "sim" me agrada, porém digo "não".
Meu ego é sagrado! Não mudo! É, sou assim.
Nada que faço é propositalmente em vão.

Tomo decisões quase sempre precipitadas!
Tenho paciência e temperamento bem temporários.
Uso opinião pública para alguns acertos.
E, por isso, considero-me bem contrário a tudo.

Incomodo placidamente muitas de suas vontades.
Oscilo muito o humor! Oscilo muito o que me dá prazer.
Projeto esculturas! Tento modelar a minha realidade.
Levanto alguns ânimos à minha volta! Procuro ser (tento).

Encurto muito meu tempo pela falta de sono.
Evasivo e mesmo muito displicente, lá vou eu a observar-te.
Demonstro o impossível, porém bem discretamente.
Confiro a natureza esporádica, sua e das coisas.
Apresento-me! Ambiciono só você... nada mais!


(Antonio Sousa Brito)

Saudades (em Desabafo)

Tenho olhado tanto tempo para suas fotos,
que quase acredito que elas nem são reais.
Tenho vivido tanto tempo com as fotos suas,
que quase acredito que elas são tudo o que sinto...
Lembro de você inerte sob a chuva
enquanto eu corria até o seu coração...
Nós nos beijávamos enquanto o céu desabava...
Lembro de você caindo nos meus braços,
tão sem rumos no frio, sem direção na escuridão.
Lembro de você, de como ficava tão (?)...
Você era um anjo, era mais do que tudo...
Você abria os meus olhos, mas nunca via nada.
Se eu tivesse pensado nas palavras certas,
eu não estaria destruindo todas as fotos suas que tenho.
Olhando tanto tempo para suas fotos,
sei que nunca fiquei em teu coração.
Queria apenas que as palavras fossem verdadeiras...
Sempre destruo as fotos suas que tenho!
Nunca quis nada mais do que sentir você
no fundo do meu coração...
Nunca quis nada mais do que não ter

despedaçadas as fotos suas (que tinha)...
E neste momento uma dúvida cruel me invade...
Não sei se o que sinto é saudade ou...

(Antonio Sousa Brito)

16 de jul. de 2010

(Re)Trato...

Quem é esse do outro lado?
Será o mesmo eu desenhado?
Neste quadro cinza, emoldurado
Por cores sem nenhuma vivacidade?

Serei mesmo este personagem?
Ou o que vejo nesta imagem
É ilusório...(uma miragem!)
É uma fotografia ou a vida de verdade?

No rosto pálido deste ser (não sou eu)
Vejo uma lágrima descer,
E um sorriso¹ ser levemente esboçado;

Neste retrato da ilusão,
Pintado pelas mãos da solidão,
Faz-se meu quadro desbotado...


(Antonio Sousa Brito)

[ ¹ ] Com esse sorriso, ilude-se o mundo pensando que sou feliz...

Pensamentos meus...

Um fiasco de luz interrompe meus devaneios.
A claridão conduz-me a um curto-circuito de idéias,
entrelaçadas na vastidão de minha massa cefálica!
Na luta animalesca entre o certo e o errado,
Na grotesca interpretação dos sentidos
almejados, destruídos e desconfigurados!
Não há nada que se iguale a este sentir!
Este estado em que me encontro é único!
Talvez o mais intransponível,
e ao mesmo tempo o mais frágil,
leve...


(Antonio Sousa Brito)

Acaso?
















O simples vem,
o destino se vai,
sem mais nem menos!
Me perco entre as chuvas
e os verões...
Entre outonos
e primaveras...
Sem destino pra mandar
o acaso me domina!
Se torna meu amigo
aquele com virtudes
de ser sozinho...
E nunca desanimo!


(Antonio Sousa Brito)

Entrega...

















Em suas mãos
está a minha vida,
Em sua sombra
abrigo-me do sol
que me assola, todos os dias!
Reserva-me o direito
de te amar, de ser feliz...
De cuidar de ti e te fazer muito feliz...
Mas se um dia, com o passar do tempo,

não for esse o seu desejo, isso estiver fora de suas vontades,
deixa-me sair, deixa-me então partir,
deixa-me ir embora, ir em busca novamente de mim,

permita-me sair de sua vida...
Em paz!


(Antonio Sousa Brito)

15 de jul. de 2010

Soneto - Um Garoto Triste















Era um garoto que chorava
E vivia sem motivação.
Quase sempre a dor lhe tirava
A esperança e a inspiração.

Até que, foi certa a vez
Que o garoto cansou de sofrimento,
E com raiva, ele tanto fez
Que resolveu se livrar desse tormento.

Das cinzas, ele renasceu.
Na dor, se fortaleceu.
Da tristeza surgiu a alegria,

Seus infantes olhos choraram,
Mas as lágrimas se quebraram
Em estilhaços de poesia.

(Antonio Sousa Brito)

Tira de mim...















Faça dos meus braços o teu abrigo,
E do meu corpo o teu escudo.
Tire de meus olhos tristes, motivos para ser feliz,
Tire me minha resistência, força para seguir em frente,
Tire de minha fidelidade, instrução para viver bem,
Tire de minha boca as tuas palavras de conforto,
E dos meus pensamentos as suas poesias,
Tire dos meus sonhos os seus ideais.
Sinta em mim os perfumes da vida.
Veja em minha face a felicidade de partilhar a vida contigo,
Faça do meu sorriso a tua alegria,
Tire do meu coração o seu amor,
E de mim... A tua felicidade completa...

(Antonio Sousa Brito)

...alguém...





















... que te olha nos olhos
que te toca a face
que te beija as mãos...


... que te afaga os cabelos
que te dá aconchego
que te faz emoção...


... que declama poemas
que te toca a pele
que te traz a canção...

... que sorri ao teu lado
que te abraça apertado
em qualquer condição...


... que te pega no colo
que protege tua alma
numa linda oração...


... que te traz uma estrela
para que possa vê-la
e a coloca em teu chão...


... que voa longe contigo
no peito te faz um abrigo
pra entregar-se à paixão...


... que no choro se faz carinho
do amor faz o seu ninho,
morada em seu coração...


...e não preciso de mais nada
do que isso presente em minh'alma
amor, ternura, carinho, cuidado, atenção...


(Antonio Sousa Brito)

A Poesia é Eterna

Esquecida está a arte de recitar,
imagina então o que diremos de escrever?
Conclamo à todos essa magia resgatar,
ensinemos nossas crianças a ler.
Se esses pequenos não buscam a cultura,
a culpa é dos pais que tão pouco se comovem,
é a geração de BBB’s que os leva a escravatura,
onde a mídia massiva da moda os consomem.
A poesia para muitos é passado e tornou-se careta,
versejar então seria como um verdadeiro mico,
acho que mico é matar nossa língua sem a caneta,
e abreviar as palavras tornou-se epidêmico.
O que podemos esperar então para o futuro da poesia,
o que acontecerá com as rimas como a conhecemos?
Não posso imaginar que haverá um fim dessa arte um dia,
mesmo que os poetas morram, não morre o que escrevemos.
A poesia é alimento ao vazio de sentimento,
a poesia é remédio de uma dor interna,
quem se alimenta dela sabe o que estou dizendo,
o poeta pode morrer mas a poesia é eterna...


(Antonio Sousa Brito)

Cadê a Poesia?

As palavras estão aqui,
Embaralhadas, presas dentro de mim
Tento tirá-las, trazê-las ao texto,
Tento delinear o inferno ou o céu,
Tento colocá-las lado a lado para darem sentido,
Tento rimá-las, tento poetizar,
Fazer linhas de versos não batidos.
Mas elas insistem em não se agruparem,
Ficam aqui borbulhando em minha mente,
Como entender isso?
Somente quem sente,
Quem tem o coração cheio,
Não adianta estar ao meio,
Não precisa ser consciente,

Mas tudo bem,
Hoje fique ai presa,
Com vergonha de se mostrar,
Quem sabe outro dia,
Darás a mim a honra de te expor,
Não importa o motivo,
Seja dor ou amor,
Mas venha! Preciso de ti,
Preciso dos seus versos para continuar,
Não sou nada sem a poesia,
Sou um mero espectador da vida,
Preciso de inspiração,
Preciso da rima,
Preciso da concatenação,
Para saber onde vou,
Preciso que saia e se mostre ao mundo,
pois somente assim saberei quem sou e aonde vou...


(Antonio Sousa Brito)

Separação



















Cedo, o destino deixou-nos a sós...
Despertamos para o sofrimento
Jovens demais num mundo feroz.

E, como elos de forte corrente,
Nos unimos no sentimento
E crescemos prematuramente.

Juntas, dor e alegria passamos...
Separaram-nos os destinos,
E de saudade muito choramos.

Faz-me falta teu sorriso franco,
Faz-me falta teu sincero alento,
Fazem-me falta os dias de encanto...


(Antonio Sousa Brito)

Triste e Sombrio



Nos momentos inesperados,
Surge o desconhecido.
Toma-se ordens, na desordem.
Os mesmos olhos, n’outros olhares.
Que aguarda adormecido,
No meu inverso bem parecido.
Sem dualismo ou divisão,
Surge a solidão no viés do instante,
Em ferina emersão...
Às vezes não sei de mim,
Nem do começo, nem do fim.
Só reconheço meu contrário,
Onde habita meu sombrio,
Inseparável e estranho,
Que se eleva em lanho.
Em defesa do ultraje,
A mesma essência, em distinto traje.

(Antonio Sousa Brito)

14 de jul. de 2010

Triste Ilusão
























Pensei que fosse desmaiar
As faces tingidas de vermelho
Tudo por causa do teu olhar!
E da simples palavra que lançou
Nunca pensei que um simples olá
Fosse causar tanto dano!
Meu coração pulava agitado
Minhas pernas fraquejaram
Um calafrio percorreu-me o corpo
Não consegui responder!
A voz ficou travada
E o momento enfim passou!
Você apenas se fez encontro!
Teus lábios não beijaram os meus
Tuas mãos não tocaram meu corpo
A magia então se perdeu!
Uma lágrima de meus olhos correu
Disfarcei para ninguém ver
Saí caminhando sozinho
Voltei a ser apenas eu.
O abraço nem aconteceu...


(Antonio Sousa Brito)

Levantamentos...

Passado
Segui um caminho
Encontrei obstáculos
Colhi dissabores
Com muitos horrores
Às vezes sozinho.
Plantei muitas flores
De vários odores
Sofri os revezes
De muitos espinhos.
Presente
Arranco sementes
Em duras jornadas
Porque sou da estrada
Pouco importa o medo
Não escuto segredos
Já me basta o dia-a-dia
Faço mil rebeldias
Na estranha alegria
De um secreto desejo.
Futuro
Farei poesias
Cantarei melodias
Estudarei teorias
Pouco importa o achado
Serei debochado
Porque tudo é quimera
A morte me espera
Meu Deus, quem me dera
Sem muita agonia.


(Antonio Sousa Brito)

(Des)Venturas - Soneto


















Com o correr dos anos passando,
Desenganos e dor vem cruelmente.
Nossa pobre cabeça branqueando,
Levando a mocidade que foi da gente.

Toda uma vida vai se apagando,
No último estertor adolescente.
E pouco a pouco vai se afogando,
No tempo que passa velozmente.

Olhando a estrada já percorrida,
Num sobressalto, um brusco espanto,
Vamos atrás da vida, numa triste despedida,

E a esperança nos acena com mão.
Triste miragem de sonho e desenganos,
Fazendo morrer o âmago do coração.


(Antonio Sousa Brito)

(In)Decisão...

















No espaço vazio
do meu peito,
a solidão invade
minha alma
maltratando a minha existência!
Frita meus sentimentos
de tal maneira
que expõem meus medos
receios da minha vida!
As horas passam
em silêncio,
quietude macabra
meu corpo sente...
Estremece por inteiro
arrepios invadem
dilaceram meu espírito
que luta contra a indecisão...
Nada contra a correnteza
A noite avança
Por castigo nem a lua,
veio me fazer companhia!
Sempre existirá esperança
enquanto houver vida
esperança e amor divino
para sair dessa
e dar a volta por cima...


(Antonio Sousa Brito)

9 de jun. de 2010

Saudades...





















Saudade de quando era criança...
Das brincadeiras, do tempo livre...
Saudade dos amigos...
Das festas, do tempo que já passou...
Saudade da família...
De casa, do tempo em que estávamos juntos...
Saudade de algum lugar...
De uma paisagem, de um tempo bom que não volta mais...
Saudade de um abraço...
De um beijo, do tempo que fez mudar tudo...
Saudade das noites em claro...
Saudade de quem já não está mais aqui...
Saudade de quem não é o mesmo! De quando eu acreditava nas pessoas...
Saudade da adrenalina, de não nos preocuparmos com o futuro, do tempo que poderia acabar a qualquer momento...
Saudade do que foi e do que ainda nem veio...
Saudade do amor que o tempo apagou...
Saudade da chuva que caía batendo no telhado...
Saudades... Muitas saudades!
Enfim, eu sinto saudades!

(Antonio Sousa Brito)

6 de jun. de 2010

Aulas, Apenas Aulas...
















Quero...
Sempre quis!
Fiz e faço tudo que é possível!
Pesquiso, busco e planejo...
Penso no recurso...
Penso na didática...
Sonho com a ética...
Deliro com a prática...

E mediei conhecimentos?

Bom, algo desprende-se de mim...
e sempre se dispersa no ar!
Ilumina alguém de curioso espírito,
se assenta, se aquieta no fundo de
seu intelecto!
Esperando para se revelar
na autonomia do futuro cidadão!
Enquanto isso, para a maioria da classe,
eu é que sou o espírito curioso,
que baixa por 45 minutos, depois sai...


(Antonio Sousa Brito)

Para Uma Pessoa Especial
















Sei que as palavras não transmitem o que sinto agora,
Sinto uma espécie de saudade,
Sinto sua falta, seus gestos de carinho que nem conheço,
Sei... é muito difícil sair daqui para eu ir embora!
Como é triste não ter você iluminando meu caminho!
Me encontro aqui, a sós com o meu pensamento,
Ainda penso noutras coisas que eu tenho a fazer,
Uma nova vida se faz a cada novo momento,
Percebo isso acontecendo neste instante,
Acoado me encontro nos meus solitários caminhos,
Consigo, às vezes, sair só para me procurar,
E nesta procura, te encontrei e me sinto bem melhor...
Imagino-me como sendo o último dos linhos,
Onde estou? E eu estou em qualquer lugar...
Como estou? Ah! Estou feliz!


(Antonio Sousa Brito)

21 de mai. de 2010

Nossas Cartas












Onde estão as cartas?
Escritas...
Manuscritas!
Originais,
Únicas,
Diretas, de mão em mão...
Destinatários?
Remetentes?
Onde está a pena, a tinta?
Mata borrão?
O que é isso?
O lápis, a caneta?
Papéis.
Envelopes,
Selos,
Ah, os carimbos...
Juras de amor trocadas,
Frases esperadas,
A saudade e a notícia amareladas,
Guardadas com amor, paixão,
No bolso,
Na bolsa,
No baú,
Perdeu-se o contato,
Das letras desenhadas,
Com olhos que as percorriam,
Dos singelos garranchos,
Com sorrisos que os traduziam,
Da notícia enviada,
E da alma aliviada,
Da alegria de quem escreveu,
Com a emoção de quem compreendeu,
Mas...
Dos tempos, o sinal,
Papel imaginário,
Envelope virtual,
Depressão,
Pressão,
Solidão,
Evolução...

(Antonio Sousa Brito)

Separação...



















Dos quadros da nossa sala
Só restaram os pregos
Encravados na alma...

(Antonio Sousa Brito)

Eu, Um Paradoxo

















Me vejo forte!
Me penso temido!
Austero!
Audaz!
Certeiro!
Preciso!
Mas,
Pausa...
Momento,
Instante,
Silêncio,
A muralha que rui,
A máscara que cai,
Que magia tens?
Que força possuis?
Por que me abrando?
Por que me desarmo?
Ante teus olhos,
Ante tua voz,
Ante o teu sorriso...

(Antonio Sousa Brito)

Escrevendo Para Aliviar

















Quando leio me sacio,
Quando escrevo me completo,
Lendo eu fantasio,
vejo coisas,
sonho utopias,
Fica tudo mais perto...
Escrevendo me alivio
das dores que a alma tem!
Fico leve, faceiro, arredio,
querendo aproximar-me de alguém,
Seja para conversar, nos divertir, rir...
Assim, me arriscar em uma nova paixão!
Sabendo que paixões só nos fazem sofrer,
maltratando a alma e o coração!
Dessa forma volto a me aliviar
Tornando versos a escrever...
(Antonio Sousa Brito)

Meu Pequeno Mar...
















Nasce esse rio de águas limpa, cristalina...
Nasce no topo da serra, pura e alcalina
Desce sua ladeira,
Seguindo seu curso...
Vai crescendo,
Arrastando,
Quebrando,
Grávido de peixes e riquezas,
Não teme os obstáculos e vai...
Passa imponente sobre tudo e cresce,
Fica grande, não tem medo...
Esquece o topo da serra!
Aquela que tinha gosto de terra,
Terra pura, terra limpa em meio ao arvoredo.
Aumenta a velocidade, corre e vai descendo
Agora tens gosto de lixo, sujo e contaminado,
Interrompido!
Tu és grande, percebemos ao te olhar.
Achas que pode, mas não pode!
Outro maior vai te derrotar!
Tocantins...
Tantos dejetos,
Tantos venenos,
Tantos desafetos,
Não crescemos,
Nós inchamos,
Estão nos matando
E só nos tornamos, fracos, pequenos...
Gostaria de ainda estar na serra,
sentindo o gosto da terra,
sem me preocupar com seus ais!
Oh! Riacho lindo e bom, vai encontrar o que merece!
Quando a ladeira terminar,
Aos poucos você desaparece, será multiplicado.
Será engolido ali adiante pelo Mar.

(Antonio Sousa Brito)

20 de mai. de 2010

Enganos, Muitos Enganos

Já usei a razão,
nas entrelinhas do engano!
Já usei a lógica e
entrei pelo cano!
Já usei técnicas infalíveis
que com o tempo desanimei!
Já corri contra o tempo
e sem chegar ao final, me cansei!
Já escrevi poesias com regras,
mas não foram bem aceitas pelos leitores!
Já achei que amei,
mas eram sentimentos de ilusão,
onde somente eu achei...
Já vivi outras vidas,
onde abandonei a minha ao léu!
Já dormi de olhos abertos
com preocupação e pedindo aos céus!
Já estraguei minha vida uma vez,
agora tenho a certeza que
não mais usarei a razão...
Agora mudarei meu foco,
serão mudanças em loco,
e um novo sonho implantarei,
darei mais chance a mim mesmo!
Serei mais ousado e atrevido,
deixarei a felicidade me levar,
e seguirei outro caminho,
irei buscar-te a qualquer custo,
não viverei mais no susto...
Não acredito mais na razão,
pois por ela fui enganado,
escutarei mais meu coração,
e me deixarei por ele ser guiado...

(Antonio Sousa Brito)

Estranho...

Sim! Às vezes me sinto estranho,
faço coisas que parecem ser entranhas,
digo coisas que parecem ser estranhas,
É! Sou uma pessoa muito estranha.
Minhas noites são estranhas,
é estranho não ter você,
é estranho não te ver,
é estranho não te sentir,
fico estranho com tudo isso...
Quando te vejo pela manhã, estou bem,
quando não te vejo fico estranho,
quando te vejo à noite, fico bem,
quando não consigo te ajudar fico estranho,
fico estranho de verdade,
fico estranho de ciúmes,
e fico bem ao seu lado...

Sou mesmo uma pessoa muito estranha...
Fazendo o máximo para te surpreender,
fazer o possível, qualquer pessoa pode fazer,
mas quero fazer mais que o possível,
quero fazer o impossível,
e somente com um único objetivo:
provar todos os dias que você é uma pessoa extraordinária em minha vida!

(Antonio Sousa Brito)

19 de mai. de 2010

Identidades...

Nada explica

as dores da alma!

Parecem íntimas,

mas, expressadas,

se identificam

com outros lamentos

e feitos torrentes

enchendo, chamando,

convocando os sofridos,

vai-se disseminando,

e na sua tristeza

torna-se menos só

a solidão dos tristes...

(Antonio Sousa Brito)

Certezas Incertas

Nas forças das correntezas
abro a guarda, desiludo.
Pouco conheço
de seus enredos e certezas...

Navegante na contra mão,
sobrevivente do movimento difuso...
Maduro, entendo seus contornos
estigmas, autocríticas, negação...

Lições, há, na trajetória fria
não velejo, nem me anulo.
Solto rédeas, me preservo,
toco a vida em sinfonia...

(Antonio Sousa Brito)

Andarilho da Estrada

Colhendo espinhos
nas asperezas do mal
carências de maltrapilhos...

Ao léu em devaneios
torturas insanidades
nesgas de luz e anseios...

Sóbrio alcoolizado
passos incertos
senso desatinado...

Uma tela nua e crua
traçados indefinidos
ausentes as estrelas e a lua...

Brados mudos
ao infinito
gritos surdos...

Espaços e retas
caminhadas
estradas desertas...

Um número, um ente,
alguém em súplicas,
alheio, indiferente...

(Antonio Sousa Brito)

18 de mai. de 2010

Quadro de Avisos (Soneto)

Paredes de papéis penduram a sua voz
Faz deste concreto, o teu quadro de avisos
Em que a tua norma, vai ditando a mim
O teu disfarce que esconde o meu sorriso

Pelos dias seguidos, o teu recado é feroz
Nas utopias de tuas leis, que incisivo
Na moldura do informe, se mostra um algoz
Ao olhar de tua vítima, triste e preciso

Em qualquer parede, tu colocas o teu decreto
Faz-me ser um número, na planilha que carregas
Toda essa pressa, que nas horas escorrega

O seu descuidado, que ao meu olhar não encara
Em tua indiferença, em que sua inquietude se apega
Na alma o teu sofrimento, que o teu rosto não nega...


(Antonio Sousa Brito)

Página em Branco

















Não existe destino,
tampouco sorte ou azar,
Quando cheguei neste mundo,
recebi essa página em branco...
Até hoje, encontra-se intacta
e virgem à espera de planos,
projetos...
Amanhã talvez, ela comece
a ser apontada ou,
comece a ser decomposta pela
persistente ação do tempo...


(Antonio Sousa Brito)

17 de mai. de 2010

(E)motivo...

Não sonho que os críticos me elogiem.
Não pretendo que os sábios me estudem.
Nem penso que os céticos creiam a partir de mim.

Não quero ser objeto,
objeto de teses elogiáveis.

Só quero que os cegos me leiam,
só sonho que os surdos me ouçam,
só pretendo que os loucos me entendam.
E que os bêbados cantem e dancem
meus versos, nas ruas mortas...
E que um dia, uma pessoa sequer alcance alguma
de minhas poucas palavras...

(Antonio Sousa Brito)

Poeta...

Não te conheço
(Mas não me conheço também)
Mas espero de ti
tuas dores
teus sofreres
teus pesares
teus amores...

Ah, em ti...
há tanto de mim
um tanto de todos
e tanto de tudo.

De cada linha tua
transborda
música
alívio
alento
bálsamo
alimento.

Tu escreves
minhas palavras
que não souberam
como chegar até o meu papel...

(Antonio Sousa Brito)

Soneto da (In)felicidade (Paródia do Soneto da Fidelidade)

Como todo professor serei atento
Antes que me falte um ponto e tanto
Que mesmo em classe, lá no canto
A aula não saia como no planejamento

Quero ensinar em cada vão momento
E o giz hei de largar portanto
E ler meu livro e rezar pro santo
Para ministrar com bom aproveitamento

E assim, por mais que o ócio me procure
Não deixo a aula entrar em um declive
Ou a impaciência, me jogar na lama

E eu possa dizer do professor (que tive)
Que não seja mortal, em sua fama
Mas que eu faça bonito e que perdure.


(Antonio Sousa Brito)

Te Conheço? Parece Que Não!

Te conheço?
Acho que já te vi.
Pois já tentei me livrar desse olhar.
Um olhar perigoso, arriscado, traiçoeiro...
Esse seu olhar ultrapassa minhas fronteiras.
Esse seu olhar, esse brilho,
um brilho diferente, atraente e observante, observa tudo e todos.

Esse seu sorriso
Tem um perigo de me prender.
Esse seu sorriso é fingido e sincero.
Um sorriso que parece ser certo
e compreendido, que conquista
tudo e a todos.

Essa sua boca conta cada coisa que me deixa louco.
Essa sua boca tem o poder de falar o que quer sem pensar nas consequências que vier.
Essa sua boca já enganou e engana tudo e a todos.

Esse seu rosto cheio de mistérios, às vezes brincalhão, às vezes sério.
Esse seu rosto já me mostrou uma pessoa, duas, três, quatro...
Várias pessoas num só rosto.
Rosto diferente e que mente:
Tudo e a todos.

Esse seu corpo, curvas certas,
perigo constante, não tem metas para o seu destino.
Esse seu corpo: sedutor, possuidor, transtorna mentes.
Fazendo que iluda tudo e a todos.

Esse sei jeito: meigo, calado, desfeito, apavorado... Esse seu jeito agitado, deixa um pedaço marcado...


Marcado com seu jeito: diferente, marcante e atraente.
Esse seu jeito, já conseguiu e consegue:
Tudo e a todos.

Essa sua mente: possuidora, possessiva, agressiva, carinhosa, (mentiras).
Essa sua mente,
Tem projetos e planos simples e duplos.
Essa sua mente tem a facilidade de converter, em ser talvez tudo.
Essa sua mente,
consegue facilmente:
Tudo e todos.

Te conheço.
Tenho certeza!
Quando te vejo verdades e mentiras
aparecem, transbordam...

Te conheço?
Acho que não!
Às vezes você se transforma,
fica sem formas e não mais te conheço.
Mas quando te vejo,
Mesmo através de um reflexo,
o reflexo de um espelho...
Tudo então se transforma e aí eu me vejo!


(Antonio Sousa Brito)

Saudade...

Saudade...
Incansável e inseparável.
Saudade...
Que invade e atormenta o meu peito.
Saudade...
No silêncio da madrugada
é a dor que mata a alma!
Saudade...
Que aprisiona e não me deixa fugir!
Saudade...
Que, aos poucos levou o brilho de meus olhos...
Que levou a minha alegria!
Saudade...
As lágrimas afloram e o amanhecer é a única testemunha
dessa saudade!

(Antonio Sousa Brito)

Tudo acabou...

Meus livros, meus poemas, tudo sumiu...
Nem sei mais escrever!
Sumiu a emoção, sumiu o coração...
Foi-se embora o olhar miúdo, que brilhava de orgulho a cada verso meu!
Foi-se embora o ensinamento...
Foi-se embora a pessoa que transformou os meus dias e minhas noites...
Foi-se o lado bom das coisas!
Com toda a sua bobagem de pessoa boa,
Com toda a sua sabedoria de pessoa perspicaz,
Com toda a sua ambiguidade em relação a muitas coisas da vida...
Era assim que eu te via ideal perto de mim!
Foi-se, acho que muito feliz, em sua hora mais escolhida!
Arrancando uma parte de mim e deixando um buraco em minha alma!

(Antonio Sousa Brito)

Como Esquecer Você?

Como esquecer você...
Se a cada tristeza, lembro-me de teu sorriso?
Se a cada instante de solidão, lembro-me de tua presença?
Se a cada palavra, lembro-me de você?
Você está em cada ausência...
Você está em cada gesto...
Em cada amanhecer da vida...
No silêncio de meus pensamentos,
Lembro de como foi bom te conhecer...
Te gosto com suas qualidades e teus multiplos defeitos!
Quero apenas que você me aceite no teu coração...
Pois num pequeno espaço de tempo, serei como você sempre desejou!
Pense numa pessoa no silêncio da noite e lembre-se de que não
preciso do silêncio da noite para pensar em você...
E, assim, sem sono de tanto pensar em você, vou sobrevivendo aos meus dias...

(Antonio Sousa Brito)