(RE)TRATOS DE UMA ALMA

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30 de nov. de 2011

(In)Certo...

Da beleza das coisas que
Acercam-me pouco eu sei...
Meu mundo é paralelo
A minha sobrevivência habitual...
Sou errante incondicional
De minha própria existência...
Meus desejos vivem em sincronia
Comigo mesmo num ir e vir...
Constante é a busca
De uma resposta que me faça
Ver que ainda vale à pena
Lutar por você...

(Antonio Sousa Brito)

Esconderijo (Soneto)

Em dias de penumbra, eu me escondo
No primeiro verso da última estrofe
E os meus escritos, de homem que sofre
Revelam-se autênticos poemas de assombro.

E na frieza deste azar, eu apenas me lanço
Ao caldeirão borbulhante da sorte requentada
Pois a sorte mais fresca sempre está guardada
No salão dos felizardos onde eu sempre danço.

Mas não me entristeço mais. Não quero!
Vou me revelar autêntico re-criador
Deixe que os versos me alimentem...

Estou aqui, dentro de mim, e não espero
Sair pra lugar algum, pois meu maior temor
É o de deixar que os outros me reinventem...

(Antonio Sousa Brito)

Versos Sem Rumo

Expresso
Regresso
Meço
O verso...

              Um poema
              É cor, é dor,
              É calor, é beija-flor,
              É idéia e um tema...

Escrevo a vida
A lida, a sina,
A milha, a filha
A morte e o corte
O tudo do nada
E o nada de tudo
O calado e o mudo...

               Um verso
               É a  versão
               Do universo
               Do coração...

São palavras
Ao vento
Ao relento
Saudades suas
Memórias minhas
Relatos da alma humana...


(Antonio Sousa Brito) 

Nau Desgovernada

Barco de papel
casca de noz
sabor das marés
elo perdido
ecos no ar da imensidão
gritos de socorros inúteis
discursos surdos-mudos
confusos, indecifráveis
em labirintos perdidos
na superfície o infinito
assistindo impassível
apelos aflitos
refletindo, sumindo
buscando saídas
jogo arriscado
na cartada errada
cadafalso insano
um corpo jogado
ao léu das incertezas
maresias, correntezas
um náufrago de si
clama aos céus
clemência
recolhe silêncio
à deriva da sina
boiando, levando
desencantos e sonhos...


(Antonio Sousa Brito)