Não me cobrem se não falo de flores,
já tem tratados demais sobre a flora...
Não me cobrem se não falo de amores,
qualquer outro poeta por eles ainda chora...
Falo sobre o menino que pede um pão,
Penso no homem que não tem trabalho...
Sinto pela mãe que tenta em vão,
dar ao filho o peito já falho...
Claro que acredito no poeta, na flor,
na ilusão, no choro, na paixão, até no amor...
Não acredito no sofrimento, na dor!
O homem é cérebro, não um depósito de horror...
Sofro na calada das noites geladas,
Aponto para os desvalidos sobre os lixos...
Olho os humanos, flores nas calçadas.
E sangro por aqueles que viraram... bichos!
(Antonio Sousa Brito)