(RE)TRATOS DE UMA ALMA

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30 de out. de 2011

Teu Coração

Agora ele se tornou seco, inóspito!
Um lugar onde não me encolho, me acolho.
Não tem mais vagas, cadeiras velhas espalhadas,
Manta de lã, nem carpetes, nem almofadas,
Mesa, banquetas, bule de chá quentinho,
Carinhos, com um sentimento em decalque.
Lindos guardanapos, panos de prato bordados,
Uma toalha com cheirinho de final de semana...
E um gato gordo num canto.
Não! Não quero mais, nem passar por aí.
Não há mais paciência, não há mais amor,
E agora procuro, onde será que coloquei o meu?

(Antonio Sousa Brito) 

20 de out. de 2011

E S P E C T R O

Solidão aperta o peito
Solidão estreita o laço
Solidão deixa um rastro
e marca meu compasso...

Solidão amarga a vida
Solidão achata a alma
Solidão esmaga o riso
e prende-me num visgo...

Solidão inverte a meta
Solidão rouba o foco
Solidão engana a gente
e a mim é uma serpente...

Solidão tira as forças
Solidão acaba o dia
Solidão não descansa
e joga-me a lança...

Solidão se insinua
Solidão arromba a porta
Solidão invade a casa
"estupra, mas não me arrasa”...

(Antonio Sousa Brito)

5 de out. de 2011

CONCLUSÕES II

Céu cinzento,
Rua calma,
Luta a alma em pensamento...
Nem vazio,
Nem raso,
Nem rio...
Uma rua!
A mão na boca solta o que pode.
Uma fumaça...
No chão cai,
Esparrama,
Se espatifa,
A cinza!
O peito coberto,
A lã, o frio.
Estreito - Maranhão,
O meu deserto...

(Antonio Sousa Brito)