(RE)TRATOS DE UMA ALMA

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18 de mai. de 2010

Quadro de Avisos (Soneto)

Paredes de papéis penduram a sua voz
Faz deste concreto, o teu quadro de avisos
Em que a tua norma, vai ditando a mim
O teu disfarce que esconde o meu sorriso

Pelos dias seguidos, o teu recado é feroz
Nas utopias de tuas leis, que incisivo
Na moldura do informe, se mostra um algoz
Ao olhar de tua vítima, triste e preciso

Em qualquer parede, tu colocas o teu decreto
Faz-me ser um número, na planilha que carregas
Toda essa pressa, que nas horas escorrega

O seu descuidado, que ao meu olhar não encara
Em tua indiferença, em que sua inquietude se apega
Na alma o teu sofrimento, que o teu rosto não nega...


(Antonio Sousa Brito)

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