(RE)TRATOS DE UMA ALMA

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14 de fev. de 2016

ENTRELINHAS

Através das entrelinhas de minha escrita...
Deixo-lhe recados subscritos...
Todos tão presentes e reais...
Retratos do meu dia-a-dia...


Estas poesias falam de mim...
Falam por nós em frases implícitas...
Aí deixo meu riso de contentamento...
Ou minhas lágrimas ao sabor do vento...


Nas entrelinhas desfilo seminu...
Por entre brumas de verdades...
De segredos flutuantes...
Onde se funde o mistério mágico...
Do delírio que se agita...
Em noites muito bem sonhadas...


E na madrugada acesa...
Viajo alado nos meus sonhos...
Com você faço e refaço a festa...
E sigo atento ao encontro...
Do primeiro ao último beijo...
Ainda que ele seja proibido...

RCO - Este texto é para você!

(Antonio Sousa Brito)

29 de jul. de 2015

IMAGENS MULTIFACETADAS

Pessoas que apenas passam por nós...
Outras que ficam para sempre...
Em nós,
Amarrando lembranças, afetividades,
Tecendo tranças,
Mesmo que haja um oceano entre elas!
O tempo se esvai na ampulheta da vida...
Tanta coisa vivida,
Tanta vida perdida...
Sonhos que desvanecem,
Espuma fria do mar...
Flores que murcham,
Ensandecendo-nos,
Com seu inebriante perfume...
A lua cheia abraça-me,
Aconchega-me,
Afastando a solidão da alma!
Acredito puramente nas palavras
Que não precisam ser ditas,
Aquelas que silenciam,
Que gritam,
Que sussurram...
Há alguém do outro lado do espelho...
Ainda que multifacetado,
Escondendo...
Revelando...
As cores da minha aquarela...
Que nutrem  furtivamente!
Roubam-me na despedida...
Ah, que lua linda!
Ah, em que poema vivemos?
Sobras que ficaram:
Cacos,
Fatos,
Palavras,
Olhares,
Gestos,
Toques...
Matizes desenhadas,
Notas dedilhadas,
Versos inacabados...
Trancafiei tua imagem...
Na memória:
Arca das lembranças!
Quis sufocá-las com a razão,
Mas, no coração,
Ainda pulsa uma saudade...
Ela, teima em aparecer,
Clara, nítida, diante das agruras!
Ela se acende com os gritos...
Ela (quase sempre) me abraça,
Preenchendo-me de cores...
Devasta-me com a sua nítida presença,
A cortina do luar...
Dedilha sobre mim os seus contornos,
Estou longe e perto de você...
Desejo esquecê-lo?
Mas não posso perdê-lo...
Afinal cada instante em ti por perto,
Vale à pena!
Mesmo que em sonho!
A certeza da sua existência,
Afaga a saudade...
E me faz suspirar diante desta lua cheia...
Que nos embriaga com seu perfume...
Que nos enfeitiça com seus mistérios...
O tempo desliza.
Nas multifacetas do destino...
E nós, cada um de um lado,
Escrevemos nossas histórias,
Que escolhemos do outro lado dos sonhos!
Sinto falta de alguma voz...
Que desbravavam os meus medos!
Sinto-me bem próximo dos devaneios...
Perco-me nas névoas que deslizam,
Sua face sem ser tocada desaparece,
Nas sombras, nas brumas do amanhecer!
As notas das lembranças...
Despejo sobre você,
As marcas dos dias!
A luz se abre,
E as cortinas da realidade!
E eu entreabro,
A janela dos olhos,
Que mais uma vez
Sonhavam,
Buscavam,
Sorriam,
Diante de você!
Psiu!...
Acorde, a vida prossegue...
Não há tanto tempo para os devaneios...
Esconda suas ilusões...
Vista-se de verdade,
E enxergue claramente!
As escolhas que fizemos...
Já estavam aqui!
Encontramo-nos,
Perdemo-nos,
E, por fim vivemos!
Quem sabe, algum dia...
Possamos nos deixar estar,
no espelho multifacetado um do outro...
Mesmo que brevemente!
A vida é sutil,
Furtiva,
Caprichosa...
Quem sabe nos permitirá tocar a felicidade,
Afinal já sabemos que ela existe!
Onde está?
E como abraçá-la?
Embora isso não nos baste,
Para os que verdadeiramente amam.
O momentaneamente é tudo, é o suficiente!

(Antonio Sousa Brito)

10 de jan. de 2015

FRAGMENTOS DE SOLIDÃO

Olhar estacionado
Fitando o vazio
O cérebro, meio
confuso
Formula perguntas
Cujas respostas
chegam juntas
Mas nada revelam
A sensação de
abandono é sugestiva,
Incomodante... Agressiva...
Os sons da vida
Não chegam aos
ouvidos.
Talvez por conveniência,
Foram devidamente obstruídos,
E ao contrario da
lagarta
Que usa a pressão
a seu favor
O individuo se
entrega ao desamor...
Abstendo-se das
asas da liberdade
Enclausura-se em
si mesmo
Julgando-se inútil,
nulo,
Para perceber
tardiamente
Que fez da existência
um “casulo”...

(Antonio Sousa Brito)

11 de jul. de 2013

SEM NORTE

Como o vento sopra e leva toda a areia
Transportando-a de um lugar para outro
Sem que ela reclame ou desande
Assim sou eu sem rumo sendo levado flutuante...

Permito ser guiado por não ter norte
Já não tenho para onde ir
Onde me refugiarei?
Deixarei. Ah! Deixarei ser levado...

Quem sabe em qualquer curva do vento
Eu ache um abrigo ou relento aconchegante
Onde me aceitem como sou
Sem que perguntem por que sou delirante...
(Antonio Sousa Brito)

10 de jul. de 2013

SEM INSPIRAÇÃO

Sem inspiração
estou agora.
Tento atiçar a imaginação
mas ela demora.
Não consigo pensar em algo
que faça rimas.
É como querer acertar o alvo
com a flecha apontada para cima.
Não acho um bom assunto
que se organize bem em versos.
Mesmo sabendo que no mundo
há mil assuntos diversos.
Que coisa chata,
não consigo imaginar.
Isso quase me mata,
porque é horrível não poder pensar.
Mas espere um momento,
mesmo não tendo um tema,
se estas frases vou relendo,
vejo que é um poema!

(Antonio Sousa Brito)

16 de nov. de 2012

TRISTEZA DILACERANTE


Mudo,
Medito,
Acredito sonhar,
Nem sei como...
Então escondo,
Solidão,
Tristeza,
Sem rumo,
Abismo profundo...

Pernas sem forças,
Silêncio doloroso,
Apaga minha mente,
E o coração sente...
Sangra!
Lágrimas nascem em meu peito,
Explodem em meus olhos,
Molha minha boca...
Amarga!

Alma sensível,
Aflita, magoada...
Alma sem esperança de vida...
Que morre aos poucos...
Alma que perde a luta,
Luta de viver!!



(Antonio Sousa Brito)

6 de set. de 2012

AMOR DISTANTE

Anjo que flutua em meus sonhos,
Mora em meu coração...
Olhos que me prendem risonhos,
Razão da minha ilusão.

Desejos tão doces desperta
Inspira-me a veia poética
Saudades as vezes aperta,
Tento esquecer não consigo
Ando distante sonhando!
Nas nuvens do céu que imagino,
Tudo se torna tão lindo
Este sonho eu vivo buscando...

(Antonio Sousa Brito)

28 de ago. de 2012

Na Solidão

Na solidão da madrugada,
uma alma triste sente falta:
de amparo,
de proteção,
de carinho,
de compreensão,
de paz,
de amor...

Na solidão da madrugada,
a alma triste ouve sons,
dispersos e conhecidos:
um carro que passa,
um galo que canta,
um pássaro que pipila,
um sino que tange,
uma voz que canta...
E a alma triste,
ouvindo sons,
sabe que não está só...

25 de ago. de 2012

Sofrimento Atroz

Corrói, destrói, converte, inverte,
Desponta, desmancha, enverga,
Não enxerga, incomoda, contrai.
Dor que alucina, desatina,
Que enlouquece, desmerece.
Cresce, espalha, multiplica.
Dor atroz que não quer anestesiar.
Corrompe a alma, vira epidemia.
Irradia, incendeia, se alastra.
Surge do nada, quer aliados.
Danados órgãos traidores.
 Dor de amor, parece dor d'alma.
Dói de verdade, pungente,
Ressente, só sente dor eterna.
Dor atroz vá embora, me abandona.
Sou mais forte, desista, não insista.
Eu venço, dor atroz
Não há espaço para você,
Pois quem manda aqui
Sou eu...

É o Fim...

Existe um vazio e uma interrogação no ar
Provocados por essa ausência inexplicável.
Passam-se os segundos, minutos, horas,
Dias, semanas... E continua o silêncio.
Pensamentos diversos vão e voltam,
Num turbilhão de emoções latentes
Que buscam e rastreiam lampejos
Em busca de descobrir o por quê?
Causa que possa tentar explicar
Essa ausência de justificativas
Plausíveis, claras e ponderadas,
Que surtam o efeito de aplacar
A angústia, ânsia e tormento
Dessa triste e longa espera,
 Que parece não finalizar...
Mas isto tem que acabar!
Esse silêncio demonstra
Que a resposta existe,
E só falta aceitar
Que o fim chegou.
Sem palavras.
É só o fim.
O fim.

23 de dez. de 2011

Dura Realidade

Desprovido do homem
Que se sente sozinho
Sem estar sozinho
Que se sente perdido
No meio do caminho

Desprovido do homem
Que descobre que pode mudar
Que aprendeu a se dar
Mas não consegue mais se achar

Perdido... no meio do nada
Perdido... no meio do mato
Sem uma bússola pra lhe guiar
Sem uma rota pra ele trilhar

O céu, nublado, esconde o sol
A chuva, nos olhos, não o deixa ver
Estrelas, escuras, não o guiam mais
O tempo passa e ele não olha pra trás

A história é a mesma
Com personagens diferentes
Mais um universo
De estrelas-cadentes

Mas esse homem perseverante
Não olha mais para o céu
Segue firme adiante
Com sua folha de papel...

(Antonio Sousa Brito)

Estreito - MA, 23 de dezembro de 2011

5 de dez. de 2011

Deixa...

Deixa pra lá.
Deixa estar.
Deixa.
Deixa por ti,
Deixa por mim.
Deixa aqui.
Faz de conta,
Talvez .
Amanhã ou depois.
Um encontro ao acaso.
Um destino, não sei.
Novamente um “talvez”.
Até quando não sei.
Deixa, não liga.
A indiferença.
Desencanto e tristeza.
Tristeza. Deixa pra lá.
Deixa estar.
Você por ai,
Eu já nem sei.
Desencontro e paixão.
Deixa.
Esquece de mim,
Que esqueço de ti.
Fica, então. Fico, talvez.
E dia virá...
O acaso, então. 

(Antonio Sousa Brito) 

Divagações

Divago pelas invisíveis ondas
do vento que enche as velas,
da nau onde vão meus sonhos.
Inquieto está o coração no peito.

Talvez um dia encontre águas calmas.
Quem sabe espelho de meus sorrisos,
ou ainda alcova de minhas lágrimas,
haverão de ser o colo que acalenta.

Ainda que escravo de palavras duras,
entretanto, nunca tive o desejo de ferir.
Longe vai o desejo de magoar,
pois que a delicadeza encanta a força.

(Antonio Sousa Brito)

Ais e Nada Mais...

Trevas de mim,
por onde andam minhas luzes?
Lume oculto,
por que não lhe desvendo?
Verdade de mim,
por que não se revela?
Mentira de mim,
por que tem o poder de enganar-me?
Que fazer quando
se sente apenas como migalhas,
os restos de tristeza
que são mais potentes
que as frágeis felicidades?
Dor de mim,
por que insiste tanto
a ponto de afugentar o prazer de ser?
De tudo que eu sempre quis,
por tanto que tanto lutei,
e então descobrir
que todas as batalhas
já estão vencidas ou perdidas.
Migalhas de mim,
como podem ser maiores
que o todo de mim?
Guerra de mim,
que se apoderou da minha paz,
a verdadeira paz.
A paz que não é dos mortos,
mas aquela que reluz em vida.
Pecado de mim, culpa de mim,
até onde sou perseguido,
até onde persigo a mim mesmo,
sendo eu meu próprio carrasco?
Demônio de mim,
por que se cala ante
o anjo que nada diz?
Anjo de mim,
por que não vence o demônio
que lhe desafia em silêncio?

(Antonio Sousa Brito) 

30 de nov. de 2011

(In)Certo...

Da beleza das coisas que
Acercam-me pouco eu sei...
Meu mundo é paralelo
A minha sobrevivência habitual...
Sou errante incondicional
De minha própria existência...
Meus desejos vivem em sincronia
Comigo mesmo num ir e vir...
Constante é a busca
De uma resposta que me faça
Ver que ainda vale à pena
Lutar por você...

(Antonio Sousa Brito)