(RE)TRATOS DE UMA ALMA

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28 de jul. de 2010

BAGAGEM

Carrego nos olhos
toda a beleza que eles já contemplaram
e anseio por descobrir
outras paisagens!
Levo no coração
os amigos queridos,
próximos e distantes,
a alegria das vitórias,
das conquistas,
das boas notícias
e também a felicidade
de jamais ter desistido!
Sigo o meu caminho
levando comigo apenas
as coisas que de fato posso carregar!
Levo nas mãos
a vontade de servir,
de construir, de confortar!
Levo a força
de lutar sempre,
de acreditar,
de perdoar e pedir perdão!
Levo a generosidade
e o desejo de dividir,
o que tenho, o que sei, o que sou!
Levo saudades
do que se perdeu,
do que jamais pude ter,
sabendo, porém,
que o que se ama de verdade
jamais se perde;
e tudo o que foi vivido com o coração
aí permanece!
Levo a lição das quedas,
dos fracassos,
dos muitos momentos de solidão
e de sombras!
Porque sei que tudo o que sofri
me ensinou a ser melhor,
me ensinou a humildade,
a compaixão,
a compreensão,
e o respeito,
pelos que caem, fracassam e sofrem!
E sigo em frente!
Com imensa alegria,
com entusiasmo e confiança,
porque sei que não viajo só:
Tenho ao meu lado, nessa caminhada
a eterna presença e o companheirismo

de meus amigos...

(Antonio Sousa Brito)

INTERROGAÇÕES

Você é
nascente e poente,
caminho e atalho,
aluno e mestre,
acre e doce,
ontem e hoje,
sagrado e profano,
realidade e delírios,
criança e pessoa feita,
certeza e muitas dúvidas,
pureza e volúpia,
saudades e alegrias,
lágrimas e sorrisos,
labirinto e paraíso,
ansiedades e alentos,
angustias e serenidades,
insegurança e submissão,
medida e excessos,
meus verdes anos,

meus dias cinzentos,
meu amanhecer,

e por do sol,
minhas interrogações,
você, minha maior contradição,

a pessoa que me tira do sério,
retira o meu sono...
Você é quem?
Ponto final.


(Antonio Sousa Brito)

P A R T I D A

Tu que me fizeste nascer
e no aconchego do teu colo
eu nem me vi crescer,
partiste tão cedo
e me deixaste na alvorada
do meu viver,
quando eu ainda não conhecia
o meu querer.
Sem preparo
e num dia
de grande sofrimento,
nem vi chegar ao fim
o teu tormento!
Cedo demais para mim,
que à deriva fiquei
pelo teu partir!
Como eu lamento,
o teu ir!
E sem me importar
do teu sofrimento,
porque dele, da tua dor,
haveria eu dividir,
fazendo do teu tormento
o meu chorar
e dele,
do teu sofrimento
ficaria com a dor maior!
Como eu lamento,
o teu ir!

(Antonio Sousa Brito)

P.S.: Àquela que me fez o existir maior, minha mãe...

27 de jul. de 2010

Amigos

Nos meus amigos encontro carinho, no carinho,
eu vejo o amor nascer!
Eu vejo um mundo novo,
E nesse mundo resolvo então, sobreviver...
Só vocês (tão poucos) me seguram de pé...

(Antonio Sousa Brito)

26 de jul. de 2010

Quem é Você?

O que é você afinal?
Não és sonho,
Não és pesadelo,
Podes variar da calma ao desespero...

Tu não tens a dignidade de minha paixão,
Porém consegues me causar atração...
A isso, que nome eu daria?

Me encontro entre os extremos
Do amor e do ódio,
Do sorrir e do chorar,
Da mentira e da verdade,
De sentimentos que tenho medo de desvendar...

Tu és um ser mutante,
Que ora me beija, me ama,
E por meu amor clama,
E ora não me dá se quer um olhar,
Me deixando ir embora,
Sem esperanças de voltar...

Aí está o pior de meus extremos:
A distância e a permanência,
Afinal, quero ficar e no mesmo momento
quero ir embora...

(Antonio Sousa Brito)

Em Busca de Mim

Tenho muitas saudades de mim,
Do que fui...
Quero e preciso seriamente me reencontrar!
Desço fundo!
E, entre meus escombros,
Parto à procura do meu eu!
Varro, tiro teias, retiro o pó,
Vasculho cada canto!
Cada fatia do que sobrou é importante,
E, entre meus cacos,
Pedaços intactos ainda encontro!
Amor, sonho, esperança, buscas...
São eles, a essência da vida!...

Intacto, inteiro, completo novamente!
Que bom que:
Embora tenha me perdido de meu eu,
Não perdi o que há de melhor em mim (ainda)!...


(Antonio Sousa Brito)

I N Q U I E T U D E

destoa a luz às escuras
na torre de um mar
de janelas obscuras

lampejo persistente
alerta preocupante
meio da noite, de repente

chama a atenção no breu
faísca em detalhe no todo
de um edifício dormente

sonos indormidos
andar impaciente
passos consumidos

indolente ente
na solidão
ânimo doente

ou de si ausente
na saudade de alguém
na distância bem presente

clarão atesta
a dor continua acesa
e aqui se ressente

gesticula, vaga
pelos cômodos
vazios de tudo

nos gestos mudos
transpira sua dor
seus gritos surdos

vagando insano
imagem fantasma
mente doidivana

insônia sofrida
sentida, amuada,
na espera de algo

talvez de nada
ou refém
pelo amanhecer de um novo dia...


(Antonio Sousa Brito)

Desejos Inúteis

Queria ser como um rio,
não um rio qualquer,
um Tocantins, por exemplo,
solidário, democrático,
justo , generoso,
insistente, corajoso e persistente .
Queria saber seguir
sempre em frente, deixar singrar livremente,
nunca olhar para trás,
apenas deixar minhas marcas.
Queria saber esperar
a próxima curva,
a próxima margem, a próxima viagem,
a próxima estação, o próximo desembarque,
o próximo embarque.
Queria saber viver
o instante, sobreviver aos momentos,
os milésimos de segundo,
intensos e efêmeros,
chamados “presente...”


(Antonio Sousa Brito)

E S P E R A

Sei que andas por ai,
Sei que procura por mim...
Conheço sua alma,
Conheço seu coração...
Sei os seus medos e certezas,
Seus desejos e prazeres,
Defeitos e virtudes...
Espero sua chegada,
Como quem espera o destino...
Certo de seu acontecer,
Enquanto caminhas,
Pelas estradas da vida,
Desfazendo-se de seu fardo...
Quero que venhas sem nada,
Nem no bolso nem na alma,

Só quero o seu amor mais puro,
O seu desejo mais teu,
O seu sentir mais pleno... nada mais!


(Antonio Sousa Brito)

Via Crucis da Esperança

Aprisionado no corpo
minha alma se debate
quer alçar vôo...
Quer ultrapassar os limites
descobrir a finitude do infinito...

Às vezes, sou uma águia,
com a força de minhas asas,
ganho as alturas
e, do alto, observo,
admiro toda a beleza que me cerca...

Outras vezes,
sou uma simples borboleta,
passeio por entre as flores,
cheiro, aspiro, sorvo,
o néctar da vida...

Mas, na maioria das vezes,
sou só eu mesmo,
frágil criatura,
andando pelos caminhos da vida...

Sou forte na fé, na esperança
e na certeza,
de que o amor
é um toque divino
em nossos corações...

(Antonio Sousa Brito)

25 de jul. de 2010

A V E S S O S D E M I M

sou o que querem que eu seja
amável, cortez, simpático, bom,
nem sempre cumpro todo o bem...

às vezes sou eu mesmo nas sombras,
ignoto de meu eu em escombros,
ironizo as conveniências sociais, as repudio...

mesclo atitudes ora aceitas, noutras não,
panela de pressão, artista em fatias,
nesta batalha, resta a minha personalidade...

toda a humanidade de meu ser aflora,
dual e magnífico, (...) e muito tímido,
menino às vezes e geralmente um adulto em conflitos...

nesta confusão de minha alma inquieta,
plasmo a matéria, me apresento,
às platéias, represento e engulo o grito...

levo os dias sucessivos, datas, agendas,
proscrito de outras terras sigo o rito,
“dançando a música” conforme o ritmo,

vivendo conforme o rito...

mas por dentro, atenta ebulição,
a aparência socialmente aceita,
aflito ser, procurando saídas,

em busca de caminhos...

(Antonio Sousa Brito)

Soneto de Nós Dois

Eu não te culpo pelo vazio entre nós...
Nem pela amplitude inatingível dos sonhos,
Se eles inspiram tudo aquilo que componho
Ou se me impedem de ouvir a tua voz...

Eu não te culpo pelos sonhos entre nós
Nem pela amplitude inatingível do vazio...
Se eles inspiram tudo aquilo que respiro,
Ou se nos impedem de estarmos a sós.

Se o inatingível me obstrui o olhar
- Com sua amplitude: uma muralha hostil -
Eu não te culpo... transcendo... e me inspiro!

Se eu te culpasse por meus sonhos vazios,
Ainda assim eu escolheria sonhar
- Que sem tais sonhos, certamente expiro!

(Antonio Sousa Brito)

22 de jul. de 2010

Muita Coisa... Quase Nada...

Eu sou a música que não é cantada
Sou a poesia não rimada
A história não contada!...

Eu sou a árvore cortada
Sou a muda não plantada
A semente abandonada!...

Eu sou a esperança ignorada
Sou a aliança não firmada
A lâmpada queimada!...

Eu sou a boneca estragada
Sou a bola furada
A quadra molhada!...

Eu sou a sandália arrebentada
Sou a roupa molhada
A blusa rasgada!...

Eu sou a escada quebrada
Sou a faca não amolada
O caneco furado!...

Eu sou a comida queimada
Sou a água acabada
A casa bagunçada!...

Eu sou a fadiga na caminhada
Sou a conversa atravessada
O que chega na hora errada!...

Eu sou o ser que queria ser tudo
Mas que, não é nada!...

(Antonio Sousa Brito)

Vacilos...

Após alguns descuidados atos,
tenho que continuar com a vida...
Sinto-me assim:
com a alma empedernida...
Quero colocar os óculos-escuros
pra ninguém imaginar a indizível dor,
a lembrança negra, o coração nublado...
Fenece o dia, aurora chega,
tanto faz...
Cansada está a mente!
Outro incômodo ou dor física,
é subterfúgio que a gente nem sente...
Já que não tenho saídas,
e quero agir e não posso:
cedo à vida o direito de correr como quiser.
Uma hora o mau tempo em meu peito,
vai desanuviar...
Não posso esquecer de quem me apoiou,
nem de que aquele que já foi mais
do que um amigo, achou tudo jocoso,
eu vi!
Clamo por Deus e pelo clarão do dia,
porque essa nebulosidade
se impõe no centro do pensamento
e sei que a luz chegará, já chegou!
Pois ainda algo em mim se
mantém intacto e orgulhoso,
me diz: continue de cabeça erguida!
Quem ultraja outro por medo,
trocou o certo pelo duvidoso,
andará sob o peso de uma dívida.


(Antonio Sousa Brito)

21 de jul. de 2010

Dedicatória

Tento, nos mais diversos lugares
encontrar a rima perfeita!
Algo que complete o vazio
que existe aqui dentro agora!
Sabe, o poeta às vezes se cansa
de falar e ninguém ouvir,
De fazer algo para agradar
e acabar se dando mal...
Às vezes sou tentado a repudiar
até minha existência...
Repudio esse estilo de vida
de mudar para confortar!
Tudo o que quero é encontrar
a peça que falta!
A peça que falta
para completar a alma!
A peça que falta
aqui dentro de mim!
E essa peça é você!
A quem dedico este texto!
Pessoa que amo,
e a quem entrego essas letras
que formam este singelo poema!


PS: "Segredos guardados a sete chaves,
enfim revelados... nus sob o sol"

(Antonio Sousa Brito)

Aflição

Aqui está o poeta novamente;
escrevendo, pensando, vivendo(?)!
Minha cabeça zonza me atormenta!
A tristeza às vezes, me afasta de tudo;
parece que estou me afogando sozinho...
me afogando (...)
Ah infinito mar de saudades!
Por quem afliges tanto meu coração?
¹Aonde estará você agora,
além de aqui dentro de mim?


[ ¹ ] Renato Manfredini Júnior (Renato Russo)
Trecho da música "Vento no Litoral"

(Antonio Sousa Brito)

Poema Vazio

Não sei porque escrevo essas palavras!
Vazias, sem sentido ou direção!
Palavras que não vão ao encontro
de praticamente ninguém!
E, creio que ninguém vai ao encontro delas...(?)
Simplesmente as escrevo nesse espaço vazio!
Vazio como o coração de muitos!
A mensagem que quero passar com esse poema?
Também não sei, se descobrir, por favor avise-me!
Só quero me encontrar entre essas palavras!
Ver se encontro em meu interior uma resposta!
Ou também quem sabe, muitas outras perguntas!
É um poema sem sentido...
Que só mostra o meu interior (infelizmente);
Vazio, e ao mesmo tempo cheio de letras!


(Antonio Sousa Brito)

19 de jul. de 2010

Perfil

Considero-me muito forte...
Tenho certeza disso!
Está tudo provado para mim mesmo!
Pois apesar dos pesares,
Continuo aqui, de pé!
Contrariando todos os desafetos...
Sigo em frente!

Desafiando a lógica,
Venço todas as batalhas!
Por mais inglórias que sejam...
Cada dia é um novo dia
e o seu labor é sempre causticante!

Não desisto nunca! Isto é a minha marca!
Acho que já estou na ultima parte da provação!
E a vitória é eminente!
Só não sei ainda, se acostumar-me-ei
a viver com tantas saudades!


(Antonio Sousa Brito)

18 de jul. de 2010

Coisas Simples

O amor
uma paixão.

O nascimento
uma vida
uma magia.


Um olhar
um sorriso
um afeto
um abraço
um instante
um só momento (contigo).

Um sereno
um orvalho
que cai.

Uma pétala
uma flor
um pássaro
um beija-flor.


A chuva após o vento
uma brisa
um pensamento
uma ideia
que surgiu.


Cai a noite
céu estrelado
a lua cheia a brilhar
amantes enamorados
corações a palpitar.


Um pedaço de papel
um lápis
um verso
uma poesia
uma paz interior
uma harmonia.

Uma canção de amor
uma música, ou mesmo
este poema simples.


(Antonio Sousa Brito)

Minhas Dissimulações





















Vivendo de amores triviais
colóquios aparentes, virtuais,
sorrisos patéticos, dissimulados.

Ruminando amarguras agridoces,
anuências agonizantes, híspidas,
chocante constatação de cunho hostil.

Achincalhando a existência, vivendo de aparências,
adornando a barriga, dando pérolas aos porcos,
torpes venenos suavizando a dor.

Olhando para o céu pedindo clemências,
deuses e demônios se fartando juntos,
olhares famintos, migalhas no chão...

Vida de cão, num picadeiro empoeirado,
Sob uma lona pobre, tosca em farrapos,
e eu; de “cara-pintada”, (ainda finjo alegrias).

[dissimuladas alegrias...]

(Antonio Sousa Brito)

17 de jul. de 2010

(...) Eu!

Tento traçar um perfil coerente para mim.
Geralmente o "sim" me agrada, porém digo "não".
Meu ego é sagrado! Não mudo! É, sou assim.
Nada que faço é propositalmente em vão.

Tomo decisões quase sempre precipitadas!
Tenho paciência e temperamento bem temporários.
Uso opinião pública para alguns acertos.
E, por isso, considero-me bem contrário a tudo.

Incomodo placidamente muitas de suas vontades.
Oscilo muito o humor! Oscilo muito o que me dá prazer.
Projeto esculturas! Tento modelar a minha realidade.
Levanto alguns ânimos à minha volta! Procuro ser (tento).

Encurto muito meu tempo pela falta de sono.
Evasivo e mesmo muito displicente, lá vou eu a observar-te.
Demonstro o impossível, porém bem discretamente.
Confiro a natureza esporádica, sua e das coisas.
Apresento-me! Ambiciono só você... nada mais!


(Antonio Sousa Brito)

Saudades (em Desabafo)

Tenho olhado tanto tempo para suas fotos,
que quase acredito que elas nem são reais.
Tenho vivido tanto tempo com as fotos suas,
que quase acredito que elas são tudo o que sinto...
Lembro de você inerte sob a chuva
enquanto eu corria até o seu coração...
Nós nos beijávamos enquanto o céu desabava...
Lembro de você caindo nos meus braços,
tão sem rumos no frio, sem direção na escuridão.
Lembro de você, de como ficava tão (?)...
Você era um anjo, era mais do que tudo...
Você abria os meus olhos, mas nunca via nada.
Se eu tivesse pensado nas palavras certas,
eu não estaria destruindo todas as fotos suas que tenho.
Olhando tanto tempo para suas fotos,
sei que nunca fiquei em teu coração.
Queria apenas que as palavras fossem verdadeiras...
Sempre destruo as fotos suas que tenho!
Nunca quis nada mais do que sentir você
no fundo do meu coração...
Nunca quis nada mais do que não ter

despedaçadas as fotos suas (que tinha)...
E neste momento uma dúvida cruel me invade...
Não sei se o que sinto é saudade ou...

(Antonio Sousa Brito)

16 de jul. de 2010

(Re)Trato...

Quem é esse do outro lado?
Será o mesmo eu desenhado?
Neste quadro cinza, emoldurado
Por cores sem nenhuma vivacidade?

Serei mesmo este personagem?
Ou o que vejo nesta imagem
É ilusório...(uma miragem!)
É uma fotografia ou a vida de verdade?

No rosto pálido deste ser (não sou eu)
Vejo uma lágrima descer,
E um sorriso¹ ser levemente esboçado;

Neste retrato da ilusão,
Pintado pelas mãos da solidão,
Faz-se meu quadro desbotado...


(Antonio Sousa Brito)

[ ¹ ] Com esse sorriso, ilude-se o mundo pensando que sou feliz...

Pensamentos meus...

Um fiasco de luz interrompe meus devaneios.
A claridão conduz-me a um curto-circuito de idéias,
entrelaçadas na vastidão de minha massa cefálica!
Na luta animalesca entre o certo e o errado,
Na grotesca interpretação dos sentidos
almejados, destruídos e desconfigurados!
Não há nada que se iguale a este sentir!
Este estado em que me encontro é único!
Talvez o mais intransponível,
e ao mesmo tempo o mais frágil,
leve...


(Antonio Sousa Brito)

Acaso?
















O simples vem,
o destino se vai,
sem mais nem menos!
Me perco entre as chuvas
e os verões...
Entre outonos
e primaveras...
Sem destino pra mandar
o acaso me domina!
Se torna meu amigo
aquele com virtudes
de ser sozinho...
E nunca desanimo!


(Antonio Sousa Brito)

Entrega...

















Em suas mãos
está a minha vida,
Em sua sombra
abrigo-me do sol
que me assola, todos os dias!
Reserva-me o direito
de te amar, de ser feliz...
De cuidar de ti e te fazer muito feliz...
Mas se um dia, com o passar do tempo,

não for esse o seu desejo, isso estiver fora de suas vontades,
deixa-me sair, deixa-me então partir,
deixa-me ir embora, ir em busca novamente de mim,

permita-me sair de sua vida...
Em paz!


(Antonio Sousa Brito)

15 de jul. de 2010

Soneto - Um Garoto Triste















Era um garoto que chorava
E vivia sem motivação.
Quase sempre a dor lhe tirava
A esperança e a inspiração.

Até que, foi certa a vez
Que o garoto cansou de sofrimento,
E com raiva, ele tanto fez
Que resolveu se livrar desse tormento.

Das cinzas, ele renasceu.
Na dor, se fortaleceu.
Da tristeza surgiu a alegria,

Seus infantes olhos choraram,
Mas as lágrimas se quebraram
Em estilhaços de poesia.

(Antonio Sousa Brito)

Tira de mim...















Faça dos meus braços o teu abrigo,
E do meu corpo o teu escudo.
Tire de meus olhos tristes, motivos para ser feliz,
Tire me minha resistência, força para seguir em frente,
Tire de minha fidelidade, instrução para viver bem,
Tire de minha boca as tuas palavras de conforto,
E dos meus pensamentos as suas poesias,
Tire dos meus sonhos os seus ideais.
Sinta em mim os perfumes da vida.
Veja em minha face a felicidade de partilhar a vida contigo,
Faça do meu sorriso a tua alegria,
Tire do meu coração o seu amor,
E de mim... A tua felicidade completa...

(Antonio Sousa Brito)

...alguém...





















... que te olha nos olhos
que te toca a face
que te beija as mãos...


... que te afaga os cabelos
que te dá aconchego
que te faz emoção...


... que declama poemas
que te toca a pele
que te traz a canção...

... que sorri ao teu lado
que te abraça apertado
em qualquer condição...


... que te pega no colo
que protege tua alma
numa linda oração...


... que te traz uma estrela
para que possa vê-la
e a coloca em teu chão...


... que voa longe contigo
no peito te faz um abrigo
pra entregar-se à paixão...


... que no choro se faz carinho
do amor faz o seu ninho,
morada em seu coração...


...e não preciso de mais nada
do que isso presente em minh'alma
amor, ternura, carinho, cuidado, atenção...


(Antonio Sousa Brito)

A Poesia é Eterna

Esquecida está a arte de recitar,
imagina então o que diremos de escrever?
Conclamo à todos essa magia resgatar,
ensinemos nossas crianças a ler.
Se esses pequenos não buscam a cultura,
a culpa é dos pais que tão pouco se comovem,
é a geração de BBB’s que os leva a escravatura,
onde a mídia massiva da moda os consomem.
A poesia para muitos é passado e tornou-se careta,
versejar então seria como um verdadeiro mico,
acho que mico é matar nossa língua sem a caneta,
e abreviar as palavras tornou-se epidêmico.
O que podemos esperar então para o futuro da poesia,
o que acontecerá com as rimas como a conhecemos?
Não posso imaginar que haverá um fim dessa arte um dia,
mesmo que os poetas morram, não morre o que escrevemos.
A poesia é alimento ao vazio de sentimento,
a poesia é remédio de uma dor interna,
quem se alimenta dela sabe o que estou dizendo,
o poeta pode morrer mas a poesia é eterna...


(Antonio Sousa Brito)

Cadê a Poesia?

As palavras estão aqui,
Embaralhadas, presas dentro de mim
Tento tirá-las, trazê-las ao texto,
Tento delinear o inferno ou o céu,
Tento colocá-las lado a lado para darem sentido,
Tento rimá-las, tento poetizar,
Fazer linhas de versos não batidos.
Mas elas insistem em não se agruparem,
Ficam aqui borbulhando em minha mente,
Como entender isso?
Somente quem sente,
Quem tem o coração cheio,
Não adianta estar ao meio,
Não precisa ser consciente,

Mas tudo bem,
Hoje fique ai presa,
Com vergonha de se mostrar,
Quem sabe outro dia,
Darás a mim a honra de te expor,
Não importa o motivo,
Seja dor ou amor,
Mas venha! Preciso de ti,
Preciso dos seus versos para continuar,
Não sou nada sem a poesia,
Sou um mero espectador da vida,
Preciso de inspiração,
Preciso da rima,
Preciso da concatenação,
Para saber onde vou,
Preciso que saia e se mostre ao mundo,
pois somente assim saberei quem sou e aonde vou...


(Antonio Sousa Brito)

Separação



















Cedo, o destino deixou-nos a sós...
Despertamos para o sofrimento
Jovens demais num mundo feroz.

E, como elos de forte corrente,
Nos unimos no sentimento
E crescemos prematuramente.

Juntas, dor e alegria passamos...
Separaram-nos os destinos,
E de saudade muito choramos.

Faz-me falta teu sorriso franco,
Faz-me falta teu sincero alento,
Fazem-me falta os dias de encanto...


(Antonio Sousa Brito)

Triste e Sombrio



Nos momentos inesperados,
Surge o desconhecido.
Toma-se ordens, na desordem.
Os mesmos olhos, n’outros olhares.
Que aguarda adormecido,
No meu inverso bem parecido.
Sem dualismo ou divisão,
Surge a solidão no viés do instante,
Em ferina emersão...
Às vezes não sei de mim,
Nem do começo, nem do fim.
Só reconheço meu contrário,
Onde habita meu sombrio,
Inseparável e estranho,
Que se eleva em lanho.
Em defesa do ultraje,
A mesma essência, em distinto traje.

(Antonio Sousa Brito)

14 de jul. de 2010

Triste Ilusão
























Pensei que fosse desmaiar
As faces tingidas de vermelho
Tudo por causa do teu olhar!
E da simples palavra que lançou
Nunca pensei que um simples olá
Fosse causar tanto dano!
Meu coração pulava agitado
Minhas pernas fraquejaram
Um calafrio percorreu-me o corpo
Não consegui responder!
A voz ficou travada
E o momento enfim passou!
Você apenas se fez encontro!
Teus lábios não beijaram os meus
Tuas mãos não tocaram meu corpo
A magia então se perdeu!
Uma lágrima de meus olhos correu
Disfarcei para ninguém ver
Saí caminhando sozinho
Voltei a ser apenas eu.
O abraço nem aconteceu...


(Antonio Sousa Brito)

Levantamentos...

Passado
Segui um caminho
Encontrei obstáculos
Colhi dissabores
Com muitos horrores
Às vezes sozinho.
Plantei muitas flores
De vários odores
Sofri os revezes
De muitos espinhos.
Presente
Arranco sementes
Em duras jornadas
Porque sou da estrada
Pouco importa o medo
Não escuto segredos
Já me basta o dia-a-dia
Faço mil rebeldias
Na estranha alegria
De um secreto desejo.
Futuro
Farei poesias
Cantarei melodias
Estudarei teorias
Pouco importa o achado
Serei debochado
Porque tudo é quimera
A morte me espera
Meu Deus, quem me dera
Sem muita agonia.


(Antonio Sousa Brito)

(Des)Venturas - Soneto


















Com o correr dos anos passando,
Desenganos e dor vem cruelmente.
Nossa pobre cabeça branqueando,
Levando a mocidade que foi da gente.

Toda uma vida vai se apagando,
No último estertor adolescente.
E pouco a pouco vai se afogando,
No tempo que passa velozmente.

Olhando a estrada já percorrida,
Num sobressalto, um brusco espanto,
Vamos atrás da vida, numa triste despedida,

E a esperança nos acena com mão.
Triste miragem de sonho e desenganos,
Fazendo morrer o âmago do coração.


(Antonio Sousa Brito)

(In)Decisão...

















No espaço vazio
do meu peito,
a solidão invade
minha alma
maltratando a minha existência!
Frita meus sentimentos
de tal maneira
que expõem meus medos
receios da minha vida!
As horas passam
em silêncio,
quietude macabra
meu corpo sente...
Estremece por inteiro
arrepios invadem
dilaceram meu espírito
que luta contra a indecisão...
Nada contra a correnteza
A noite avança
Por castigo nem a lua,
veio me fazer companhia!
Sempre existirá esperança
enquanto houver vida
esperança e amor divino
para sair dessa
e dar a volta por cima...


(Antonio Sousa Brito)