(RE)TRATOS DE UMA ALMA

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27 de ago. de 2010

Meios Termos

Meio século,
Meio mentira,
Meias verdades,
meia idade,
meia vida,
meio do caminho...
Nunca gostei de metades,
de meio termo!
Quente ou frio,
direita ou esquerda,
céu ou inferno,
loucura ou razão!
Quero um século,
Quero a verdade,
Quero uma idade,
Quero uma vida,
Quero um caminho inteiro...
Quem inventou o meio,
nunca experimentou
o gostinho de vida
nos instantes infinitos
de felicidade...
Amor e ódio,
riso e choro,
prazer e desprazer,
alegria e tristeza,
vida ou morte,
vida!
Com certeza!


(Antonio Sousa Brito)

Um Pouco de Ti...

Tal qual um pintor que procura
na aquarela o tom certo,
o compositor que busca
o acorde perfeito,
ou o escultor, a forma ideal,
eu te busquei, te persegui,
por toda vida...
Quando a esperança se foi,
exausto, me entreguei,
árido, me fiz insensível,
desiludido, me vesti de angústia
abandonado, me tornei solidão...
Assim como quem chega do nada
você surgiu novamente em meu vida!
Dividiu o cansaço,
irrigou a terra seca,
espantou a tristeza,
trouxe a esperança
e fez brotar a relva nova
em meu coração...
Mas, como tudo muda,
você se foi de minha vida!
E hoje posso dizer, com toda certeza,
que se dentro de mim,
habita algum verso,
algum fragmento de texto,
essas fracas estrofes aqui espalhadas,
são um ainda um pouquinho
do que resta de ti...

(Antonio Sousa Brito)

23 de ago. de 2010

C O N C L U S Õ E S

Existo, a solidão também...
Há vários tipos de solidão:
O de ficar só, viver só,
perder alguém ou simplesmente: solidão.

É enorme o vazio que às vezes me invade!
Sinto falta de alguém que está distante,
Saber que a cada encontro nosso,
É uma certeza eminente para a dor, tristeza e solidão...

Amor, o que significa amar?
Será sentir-se feliz junto ao outro?
Mesmo numa vida simples, numa cabana?
Será sentir autoridade sobre essa pessoa?
Ou apenas ilusão ou desilusão?

Talvez, devido a amargura que sinto,
não saiba definir certamente este sentimento!
Só sei que a solidão existe, e muita!
E que ela está aqui agora, no meu coração...

(Antonio Sousa Brito )

P.S.:"Mesmo minhas alegrias, são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética e ainda às vezes, poética." (Clarice Lispector)

21 de ago. de 2010

M Á S C A R A S

Não sei quem és!
Qual a cor real de sua máscara,
Não sei das suas feições
e a expressão verdadeira que você usa...
Mas sei muito de tua existência singular!
Uma fantasia em linguagem,
abstraído pela magia do seu espaço!
Devaneios por longo tempo...
Limito-me a não saber muito de ti...
Afinal, quem és tu?
Um todo que, no mesmo segundo
é um nada na simbologia
dos (descréditos de) meus sentimentos...
Te busco em cada passo que dou,
Te acho em minhas lágrimas,
nunca em meus sorrisos!
Te perco totalmente em minhas tristezas,
E já nem sei mais quem é você...
Mas sei ainda muito de mim...
E, por gostar tanto de ti,
existe um corpo em algum lugar
um espírito que me ronda,
uma pessoa inesquecível...
Você vem... calmamente...
me rodeia, me escreve em enigmas,
eu traço um perfil até considerável
à tua pessoa invisível porém, real...
Gosto disso que sinto!
Um mito...
Uma máscara...
Uma fantasia sem rosto...
Você na sua redundância peculiar
absorvendo meu mundo,
com seu carisma indescritível,
que se resume numa miragem cenográfica...

(Antonio Sousa Brito)

P.S.: Espero que este texto encontre seu destino mais certeiro, a razão de sua criação!

Antes Que Eu Te Esqueça...

Antes de esquecer suas mãos,
quero que saiba o quanto foi bom
ser acariciado por elas...
Antes de esquecer sua boca,
quero que saiba o quanto adorei
seus beijos e os desejei...
Antes de esquecer seu cheiro,
quero que saiba que às vezes

estive junto de você
só para senti-lo...

Antes de esquecer seus olhos,
quero lembrar-te do quanto
eu gostava de observa-los...
Antes de esquecer sua fala,
recorde-se de que muitas vezes
eu pedia para você falar
só para relembrar seu timbre...
Mas você não me pertence,

(e talvez) a ninguém...
somos impossíveis!
Mas mesmo com estas diferenças e impossibilidades,
conseguimos nos atrair e nos tornar um,
mesmo que, por alguns instantes e nada mais...


(Antonio Sousa Brito)

18 de ago. de 2010

(Im)Perfeita Poesia

Tentei um poema, qual uma prece,
Com rimas incomparáveis,
Um que igual não houvesse,
Nas trovas insuperáveis...

Li Drummond, Clarice, Camões,
Pessoa, Cecília, Vinícius de Moraes,
Buscando nos mestres lições
A suplantar os normais...

Aprendi muito e não nego,
Com esses gênios da poesia,
Que não sou parvo e nem cego.

Mas, aprendi também, ironia,
Que para realizar tal intento,
Mais que lição, carece... talento!

(Antonio Sousa Brito)

S E N Z A L A

Escravos...
do tempo,
do amor,
da vida,
do prazer,
do corpo,
dos sentimentos de outras pessoas...
libertos pela lei dos homens,
porém não pelas leis do coração
ou pela vontade de viver...
reconheçamos que somos escravos,
escravos,
mas valiosos escravos,
por que é isso que somos...
Estamos sempre presos a um sentimento árduo,
no qual, sujeitos a sobreviver dia após dia,
como se estivéssemos numa senzala...


(Antonio Sousa Brito)

SE TE FORES...

Se te fores, fará falta a voz que me guiava,
Quando eu acordava no meio da noite...
Indo-te, a noite me assustará,
Me fará perder o que nunca tive...
Se te fores (e já fostes...), não sei como viverei,
Assim como antes, quando não estavas aqui...
A alegria que brincou comigo,
Irás contigo, assim como veio...
Se te fores (ainda estás aqui?),
A imensidão dos dias e noites juntos,
Deixará um vazio do tamanho de tua ausência!
Que será da lua sem que a vejamos juntos?
Que será de mim sem o teu sorriso e palavras?
Se te fores (deixe a porta aberta!), senão meu riso morrerá;
Olho-me e encontro um vazio enorme (sem ti)...
Neste espaço (sem explicação) que é só meu...

(Antonio Sousa Brito)

D I F E R E N T E

É algo tão estranho que sinto,
É como se tudo quisesse sair,
Sinto uma grande vontade de escrever,
Escrever coisas que não consigo descrever...
É algo tão estranho que penso,
Não sei como começar,
Do que falar...
As palavras estão aqui na minha cabeça,
Como uma multidão dantesca,
Correndo desesperada para fugir da morte;
É assim que elas estão aqui,
Querendo sair da minha cabeça,
E ser passadas para um borrão!
Não sei se estou perdido
Não sei onde estou...
Acordo sempre no mesmo lugar!
Não sei quem sou...
Porém sou muito, muito diferente,
E não quero nem pensar em ser igual...

(Antonio Sousa Brito)

16 de ago. de 2010

Nós... Saudades...

saudades de ti,
saudades de mim,
saudades de nós,
saudade do que fomos e do que poderíamos ter sido...
saudade que aperta meu coração, que traz a tristeza em cada acordar...
saudades...

fecho os olhos e sinto...
sinto-te!
tenho certeza de que estás aqui...
todo o amor se acende em meu peito.
depois...

volta a saudade de ti,
saudades de mim,
saudades de nós...
muitas saudades...

muitas mesmo!

(Antonio Sousa Brito)

(Des)Contente!

Espaços vazios me enchem de buracos,
Rostos distantes sem nenhum destino,
Sem você dentro de mim não posso encontrar descanso,
Aonde vou ninguém pode adivinhar...
Vozes distantes
me dizem que eu devo seguir em frente,
Mas eu estou nadando contra à corrente
em um oceano completamente sozinho!
Embora esteja escrito em seu rosto,
Você ainda se pergunta se cometemos algum erro!
Eu tentei continuar como se nunca tivesse te conhecido,
Estou acordado!
Mas meu mundo está meio adormecido,
Em orações peço para que meu coração pare de doer,
Mas sem você eu vou continuar aqui, incompleto...


(Antonio Sousa Brito)

Eterna Busca

Meus olhos procuram seu olhar
E a saudade já não deixa,
Quero te ter, te encontrar,
Mas a distância não deixa...
Procuro-te em meus sonhos,
Nas ruas, nas avenidas,
Dentro de mim,
Nas lembranças que ainda me restam...
A alma que aos pouco desfalece,
A vida vai morrendo...
Mas ainda te procuro...
Procuro-te no brilho das estrelas,
No luminar da lua, no despontar do sol,
Nos apaixonados sentados na praça...
Mas encontro-te em lágrimas,
Que caem por não te encontrar...
Estou aqui ainda...
Procurando-te, esperando-te...
Sonhando...
Peço a Deus para você aparecer...
As lágrimas caem!
Elas são ultrajes diante dessa dor,
Jamais seria eu capaz de expressa-las...
Nem o coração compreende mais,
Mas ainda procuro-te...
Ainda chamo em silêncio o teu nome...


(Antonio Sousa Brito)

PENSAMENTOS

Penso em ti na estrada incerta,
Na rua escura e deserta,
Nas loucuras do coração;
Na calor medonho que cai,
Na folha seca que vai,
Nos momentos de solidão...
Penso em ti nos jardins floridos,
No pequeno ser colorido,
Que voa de flor em flor;
No sorriso das pessoas bonitas,
Nas canções que ecoam eruditas,
Nos versos falando de amor...
Penso em ti no entardecer sombrio,
No vento que causa arrepio,
Na angústia e no abandono;
Na madrugada insípida, tediosa,
Na cama insensível e desditosa,
Na noite fria sem sono...
Penso em ti no passeio matinal,
Na pessoa que passa escultural
Aguçando o meu prazer;
No passeio com os amigos,
Na indiferença dos inimigos,
Na esperança de viver...


(Antonio Sousa Brito)

Minhas Metades

Anestesiado estou no sono que encontrei...
Semi paralisado!
Semi adormecido!
Uma metade de mim entregue...
A outra metade de mim prostrada!
Pensamentos turvos, anuviados!
Sono sem sonhos...
Sonhos apagados e de lembranças mortas!
Metade de mim somente nesta noite...
A outra metade de mim:
procura, busca e se perde completamente...
Essa metade mim, morre de tristeza!
Morre de abandono e solidão!
Só metade de mim...
Pois minha outra metade é você!

(Antonio Sousa Brito)

C O T I D I A N O

A vida passa,
e o que resta são marcas:
marcas no rosto e na alma.
Cada ruga conta histórias:
de dores, frustrações,
angústias e sofrimentos!
A felicidade não deixa marcas.
As coisas boas são feitas de momentos!
Momentos brancos em que
a consciência vagueia,
e a emoção toma conta...
Entorpecendo-nos
e nos fazendo mergulhar
num vôo direto, sem escala
rumo ao prazer, à felicidade...


(Antonio Sousa Brito)

15 de ago. de 2010

C O N S T A T A Ç Õ E S

...onde quer que vá
há um gesto de paz
há uma mão estendida
há um passo que deixa rastros
há um barco pronto para a travessia...

...onde quer que vá
há um apelo de fé
há um chapéu com moedas
há um passo assustado
há um navio chegando gente...

...onde quer que vá
há uma criança chorando
há um ventre crescendo
há um berço pobre
há uma bolsa com pouco cobre...

...onde quer que vá
há um olhar suplicante
há uma lágrima rolando
há um açude secando
há um andar retirante...


(Antonio Sousa Brito)

C O N F L I T O S

Pensando em tudo e meio desligado,
Sem prestar atenção em minha volta,
Sem o que escrever, mas inspirado,
Muita calma misturada à revolta!

Lembrando de ti a cada segundo,
Não estou mais aqui, não neste mundo,
Meio isolado, muito pensativo,
e mudando de humor sem motivo!

Com confusões e internos conflitos,
Pensamentos me deixam no inferno,
As dúvidas estão me destruindo...

Tento parar de pensar e viver,
Todos os problemas enfim, esquecer!
Mas agora não estou conseguindo...


(Antonio Sousa Brito)

13 de ago. de 2010

Indignado

Me sinto como uma lacuna entre mim e ti...
Perdido na vida,
Sem um destino certo ou preciso!
Sem uma lembrança boa para ocupar meu coração!
Às vezes uma luz parece surgir...
Mas já não tenho forças,
Para me segurar por ali!
E acabo deixando ela escapar das minhas mãos!
É difícil viver...
Sem sono todos os dias (ou noites)!
Cercado de cobras
Que se arrastam pelo chão em busca de mim e de nada...
Difícil ser bom,
Nesse mundo de podridão!
Aturar pessoas,
Querendo destruir a todos sem uma simples razão!
Meu único e maior desejo é fugir...
Nunca mais voltar aqui!
Jogar o que resta de mim num abismo,
E deixar meu corpo apodrecendo por aí...

(Antonio Sousa Brito)