(RE)TRATOS DE UMA ALMA

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29 de set. de 2010

O Silêncio Fala

O silêncio fala!
Fala de lembranças, memórias
Sobre tudo o que já vivemos
Falas, lendas, histórias...

O silêncio fala!
Sua voz é familiar
Por já sabermos tudo
Sobre o que vai dissertar...

O silêncio fala!
Sua voz ecoa no ar
Sobre o que foi perdido
Sobre o que não se encontrou
E como tudo deveria ter sido...

O silêncio fala!
Sua voz parece suave
Porém é nostálgica e repetitiva
Música de uma nota só
Inerte e passiva...

O silêncio fala!
Sobre tudo ficar e como estar
E não como deveria.
Sobre o que não tivemos
E sobre o que se pretendia...

Que emudeça esse silêncio!
Que seu som seja de todos detento
Tape-me os ouvidos
De todos os sentidos
Também da alma e entendimento...

Que se cale esse silêncio!
E não perturbe mais o meu coração
De ouvir a voz dos lábios
Que alimenta a emoção...

(Antonio Sousa Brito)

28 de set. de 2010

VAGANDO POR AÍ...

Eu vago por aí, no tempo...
esse tempo de passos lentos...
são diversos os luares e sóis
onde inútil me procuro.

Ando com meus olhos
pelas janelas do mundo,
vislumbro o inefável, o casual...

Minha visão é turva
o meu olhar, já cinzento
escorrega nos abismos de mim mesmo...

E vago no tempo...
e a vagar está o tempo
em mim...

(Antonio Sousa Brito)

18 de set. de 2010

D E S P E D I D A

Um dia...
quando você estiver lendo
esta poesia,
eu já terei seguido viagem...
Parto com passagem só de ida,
levando na bagagem
todos os sonhos de uma vida!
As esperanças de um dia,
seguirão comigo numa mala,
hoje, quase vazia...
Nos bolsos,
apenas um lenço
para (às vezes)
que em você eu pensar,
com os olhos marejados...
Sabíamos que esse momento chegaria e que o mais
correto seria eu partir...
Assim como cheguei...
do nada...
Sem ter para onde ir,
assim...
sem nada...
Eu vou sair!
Quanto às velhas esperanças,
estou levando nesta mudança
para atirá-las ao sabor do vento,
junto aos meus sonhos e sentimentos...
Não olharei para trás,
posso não ser capaz
de seguir em frente,
e, num repente, querer voltar...
Não quero parar na estrada
e de arrependimento chorar
por não ter tentado ficar...
Estou seguindo sem rumo.
Devagar eu me acostumo!
Mas, se o imprevisto surgir
e eu me sentir
demasiadamente só,
suplicarei a Deus
que piedosamente,
devolva-me à minha origem: o pó...

(Antonio Sousa Brito)

POESIAS PARA QUÊ?

Poemas para quê?
Se ninguém se importa com o que sinto...
Se todas as promessas feitas
Foram em vão!
Se todos os momentos felizes
Já foram esquecidos!
É engraçado como num tempo
Estamos apaixonados,
Depois, só amamos,
Depois, passamos a adorar
Até que passamos só a gostar
Até que chega o dia em que
Dizemos que já não sentimos nada...
Poesias para quê?
Se todas as palavras são meras mentiras,
Mentiras essas que um dia
Nos fizeram sentir bem,
E no outro dia é como se
O mundo estivesse desabado todo
Sobre nós!
No passado acordava e tinha
Motivos para levantar, para sorrir, brincar, para cantar...
Agora só já tenho motivos para ficar quieto,
Para chorar, penso numa só palavra…
DESAPARECER!
Textos para quê, para quem?
Se amar não passa
De ilusão, sofrimento e sentimento inútil?!

(Antonio Sousa Brito)

17 de set. de 2010

L U T A

Ouço o tic-tac do tempo...
Os segundos correm em forte galope...
Caem pesadamente sobre a minha consciência!
Minha vida torna-se mais densa e pesada!
Sinto um terrível latejo na cabeça...
Estou eu a morrer?
Já não aguento essa tortura...
Não é nenhuma dor física,
É sim, uma forte dor psicológica...
(Estou eu completamente louco?)
Não sei... não sei explicar,
Nem de onde provém ao certo!
Perdi eu a memória e o que imagino que penso,
São apenas espasmos, lacunas...
Já não sei e nem entendo,
Nada do que sinto!
Apenas posso dizer que tudo é insuportável...
(...)

(Antonio Sousa Brito)