(RE)TRATOS DE UMA ALMA

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5 de dez. de 2011

Ais e Nada Mais...

Trevas de mim,
por onde andam minhas luzes?
Lume oculto,
por que não lhe desvendo?
Verdade de mim,
por que não se revela?
Mentira de mim,
por que tem o poder de enganar-me?
Que fazer quando
se sente apenas como migalhas,
os restos de tristeza
que são mais potentes
que as frágeis felicidades?
Dor de mim,
por que insiste tanto
a ponto de afugentar o prazer de ser?
De tudo que eu sempre quis,
por tanto que tanto lutei,
e então descobrir
que todas as batalhas
já estão vencidas ou perdidas.
Migalhas de mim,
como podem ser maiores
que o todo de mim?
Guerra de mim,
que se apoderou da minha paz,
a verdadeira paz.
A paz que não é dos mortos,
mas aquela que reluz em vida.
Pecado de mim, culpa de mim,
até onde sou perseguido,
até onde persigo a mim mesmo,
sendo eu meu próprio carrasco?
Demônio de mim,
por que se cala ante
o anjo que nada diz?
Anjo de mim,
por que não vence o demônio
que lhe desafia em silêncio?

(Antonio Sousa Brito) 

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